17 de novembro de 2024
Mundo

Em visita à CIA, Trump diz estar ‘em guerra’ com a mídia

Donald Trump começa a exercer a Presidência dos Estados Unidos em “guerra” com a imprensa, de acordo com a sua própria definição.

Foi o primeiro discurso de Trump desde que ele passou a dormir na Casa Branca, após o ritual da posse na sexta-feira (20). Trump escolheu para a estreia a sede da CIA (Agência Central de Inteligência), onde buscou dissipar as notícias que a mídia “desonesta” propagou sobre atritos entre o presidente e as agências de inteligência.

“Estou com vocês 1.000%. E a razão de vocês serem a minha primeira opção é que, como vocês sabem, eu tenho uma guerra em curso com a mídia, eles estão entre as pessoas mais desonestas da Terra”, disse Trump, arrancando aplausos da plateia de 300 funcionários da CIA.

Numa conversa de pouco menos de 20 minutos, Trump usou sua experiência como apresentador de TV para tentar cativar os agentes com brincadeiras e a habitual repetição de superlativos para definir como será seu governo, de “fantástico” a “incrível”.

“Temos que nos livrar do Estado Islâmico (EI). O terror islâmico radical tem que erradicado da face da Terra. Ele é o mal num nível que jamais vimos”, disse.

O presidente voltou a uma tese que gostava de repetir na campanha, de que os EUA deveriam ter ficado com o petróleo quando invadiu o Iraque. “Ao vencedor, o espólio”, disse. “Se tivéssemos ficado com o petróleo não teríamos o EI, porque é como eles ganham dinheiro, deveríamos ter ficado com o petróleo. Mas talvez vocês tenham outra chance”, disse, dirigindo-se aos agentes.

Trump também atacou a mídia pela estimativa de público baixo em sua posse. Segundo o presidente, apesar das estimativas apresentadas pela imprensa, e pelas imagens de espaços vazios no National Mall, em Washington, a multidão teria se estendido do Congresso até o Washington Monument, que fica no meio do Mall.

“Parecia ser 1 milhão ou 1,5 milhão de pessoas”, disse, debochando de estimativas de que o público teria sido de 200 mil pessoas. O número real foi bem abaixo dos 900 mil esperados na véspera e longe dos 1,8 milhão de pessoas na primeira posse de Barack Obama, que teve, entre outras vantagens, o eleitorado predominantemente democrata em Washington.

O presidente cobriu de elogios Mike Pompeo, o deputado linha-dura que ele nomeou para chefiar a CIA, e criticou os opositores democratas no Congresso a fazer “jogo político”, atrasando sua aprovação no Senado. Sobraram elogios a si mesmo, como é do estilo do presidente recém-empossado.

“Eles dizem: Donald Trump é um intelectual? Acreditem, eu sou uma pessoa esperta”, disse, arrancando risadas da plateia.

Em tom jocoso, Trump criticou o arquitetura do prédio da CIA, em especial as colunas em estilo romano. O presidente, que tem 70 anos e é o mais velho da história dos EUA, também disse que se sente jovem, “com 35, 39 anos” e afirmou, com ironia, que “provavelmente” todos ali haviam votado nele. “Mas não vou pedir para que vocês levantem a mão.” Foi aplaudido.

Durante a manhã, Trump participou de um ato ecumênico na Catedral Nacional de Washington, o último evento oficial de posse como presidente dos EUA.


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