17 de dezembro de 2025
AVALIAÇÃO

Em última reunião ministerial do ano, Lula diz que 2026 será o ano da verdade, cobra “narrativa correta” do governo e impõe prazo para acordo Mercosul–UE

Em reunião ministerial, presidente diz que UE precisa assinar acordo até sábado ou negociação não avançará durante seu mandato
Foto oficial da última reunião de ministros de Lula de 2025 - Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil
Foto oficial da última reunião de ministros de Lula de 2025 - Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu uma comunicação com “narrativa correta” durante reunião ministerial de encerramento anual, nesta quarta-feira (17). No campo diplomático, Lula disse que, ou a União Europeia assina o acordo com o Mercosul até sábado (20), ou não assinará enquanto ele for presidente.

Lula afirmou que o governo precisa alcançar a “narrativa correta” para informar ao povo brasileiro as coisas que aconteceram no país nos últimos anos. A fala ocorreu na última reunião ministerial de 2025, na residência oficial da Granja do Torto, em Brasília.

O presidente disse que o país está em uma situação “amplamente favorável”, embora, segundo ele, isso não apareça com a força que deveria aparecer nas pesquisas de opinião pública em razão da polarização política no país. Para alinhar, ele disse que o discurso da equipe precisa estar definido para o processo eleitoral do ano que vem.

O ano eleitoral vai ser o ano da verdade. Ou seja, nós temos que criar a ideia da hora da verdade para mostrar quem é quem nesse país, quem faz o quê nesse país, o que aconteceu antes de nós e o que acontece quando nós chegamos ao governo – Luiz Inácio Lula da Silva

O presidente citou ações em diversas áreas, como economia e inclusão social para exemplificar a mensagem.

“É importante que a gente tenha noção que nós precisamos fazer com que o povo saiba o que aconteceu nesse país. Eu tenho a impressão que o povo ainda não sabe. Eu tenho a impressão que nós ainda não conseguimos a narrativa correta para fazer com que o povo saiba fazer uma avaliação das coisas que aconteceram neste país”, acrescentou Lula.

Licenças para disputar em 2026

Ele também disse que vai aceitar o afastamento dos ministros que quiserem disputar um cargo ou reeleição na eleição do próximo ano.

O presidente destacou ainda a capacidade de articulação da equipe para a aprovação de medidas de interesse do governo no Congresso Nacional, como a isenção do imposto de renda e a reforma tributária. Para ele, o país vive um “momento ímpar” do ponto de vista econômico também pelo aumento da capacidade de investimento e financiamento dos bancos públicos.

O presidente Lula reafirmou a sua política de que o dinheiro precisa circular nas mãos da população. “Nós precisamos fazer muito mais, porque a minha teoria é que pouco dinheiro na mão do povo resolve o problema. Não tem macroeconomia, não tem câmbio. Se tiver dinheiro na mão do povo, está resolvido o nosso problema. Está resolvido o problema da industrialização, do consumo, da agricultura, está resolvido o problema da inflação”, disse.

“Nós acabamos com a invisibilidade do povo pobre desse país. Nós acabamos com a invisibilidade de um povo que só era reconhecido em época de eleição”, afirmou o presidente.

Sobre a questão do acordo com a UE, conforme divulgou o portal Uol, o presidente sinalizou impaciência. “Eu já avisei para eles: se a gente não fizer agora, o Brasil não fará mais acordo enquanto eu for presidente”, declarou.

Lula seguiu questionando o impasse.

Faz 26 anos que a gente espera esse acordo. O acordo é mais favorável para eles do que para nós. O [presidente francês, Emmanuel] Macron não quer fazer por causa dos agricultores deles, a Itália não quer fazer não sei por causa do quê. O dado concreto é que nós, do Brasil e do Mercosul, trabalhamos muito para aceitar esse acordo e passar uma ideia – Luiz Inácio Lula da Silva

Após o discurso de abertura da reunião, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, falou sobre as políticas industriais em desenvolvimento, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, fez um balanço dos primeiros 3 anos da gestão.

Para a tarde, também estavam previstas falas dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad; da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira; e da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

Com informações da Agência Brasil!


Leia mais sobre: / / / / / Brasil / Política