26 de dezembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 10:07

Em tom eleitoral, Meirelles dirá na TV que brasileiro não quer mais ‘aventuras’

Ministro Henrique Meirelles. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Ministro Henrique Meirelles. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Com discurso de candidato, o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) será o protagonista da propaganda do PSD que será exibida nesta quinta-feira (21) e dirá que “o brasileiro não quer mais saber de aventuras”.

Meirelles usa o espaço para tentar se consolidar como um potencial candidato a presidente em uma fatia do eleitorado considerada de “centro”.

Ele pede o “reencontro dos milhões de brasileiros que são maioria e que não estão nos extremos do ponto de vista político e ideológico”, em uma alusão indireta aos líderes das pesquisas da corrida presidencial, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PSC).

“Estamos no rumo certo e não podemos dar nenhum passo atrás. Temos que ficar atentos: populismo e oportunistas fazem mal ao país. O Brasil exige competência, responsabilidade e ética”, diz, no programa.

Meirelles defende a política econômica e o governo Michel Temer, afirmando que a gestão do presidente tem “coragem de fazer reformas fundamentais para a retomada do crescimento econômico”. Ele reconhece, porém, que ainda não é possível perceber todas as dimensões da recuperação do país.

Críticas

“Dizer que as coisas estão ótimas é faltar com respeito àqueles que estão sem emprego e vivem dificuldades”, afirma. “O governo anterior quebrou o Brasil. O brasileiro não quer mais saber de aventuras.”

Meirelles ocupa quase oito dos dez minutos do programa de seu partido. O ministro usa parte do tempo para se apresentar e tentar aproximar o eleitorado de seu trabalho como gestor da economia.

“Meu nome é Henrique Meirelles e, no meio dessa briga política que vivemos, eu quero pedir licença para falar de um assunto que interessa a todos nós: o futuro da nossa economia”, diz, logo na abertura do vídeo.

Em uma breve biografia, um narrador afirma que o ministro estudou em escola pública -fato que ele mesmo repete minutos depois- e diz que “graças a sua competência, foi subindo até se tornar primeiro brasileiro presidente mundial de um banco americano”.

O vídeo lembra ainda que Meirelles foi presidente do Banco Central e comandou uma “virada na economia”, sem citar o fato de que ele ocupou esse cargo durante o governo Lula.

Em seguida, Meirelles explica seu trabalho no governo. “Durmo pouco e trabalho muito, gosto de trabalhar. O trabalho do ministro da Fazenda é fazer a economia melhorar e o país crescer.”

Renda e segurança

Meirelles ensaia um discurso mais popular sobre a recuperação da economia, com foco na queda dos preços dos alimentos. “Aos poucos, o brasileiro vai sentir no bolso, no emprego, na comida mais barata e nas compras de Natal que estamos no caminho certo”, afirma.

O ministro também tenta ligar diretamente as medidas de ajuste fiscal à necessidade de investimentos do governo em saúde, educação e, principalmente, segurança.

“Sem arrumar a economia não se arruma a saúde nem a educação, muito menos a segurança. Por isso, é importante o governo gastar melhor, para investir em mais polícia e mais equipamentos”, diz.

Pré-candidato

Meirelles começou a construir nos últimos meses as bases para uma possível pré-candidatura à Presidência da República em 2018. Ele decidirá em março se deixa o Ministério da Fazenda para disputar as eleições.

O ministro quer ser o candidato do atual governo na corrida presidencial, em defesa do legado dos ajustes econômicos feitos durante a gestão Temer.

Nesse processo, ele trabalha para isolar o tucano Geraldo Alckmin, que também busca uma aliança com alguns partidos da base governista.

“O PSDB está tendendo na direção de não apoiar o governo e isso terá consequências no processo eleitoral”, disse Meirelles em entrevista à Folha de S.Paulo no início de dezembro. (Folhapress)

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