Em discurso com forte tom de campanha eleitoral, o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, filiado ao PSC, afirmou que aqueles que não são “carimbados” precisam contribuir para o debate das eleições de 2018, em evento em São Paulo, da Aner (Associação Nacional de Editores de Revistas).
Ao ser interpelado por um membro da plateia pedindo sua candidatura -e, inclusive, recebendo uma salva de palmas-, não negou.
“Para de falar, se não vai me dar problema”, disse ele, rindo. “O que precisamos ter é ideia e planos. Estamos tentando falar para todos”, afirmou em seguida.
Durante sua apresentação, defendeu que o Brasil precisa de uma “revolução para distribuir capital”.
“Vamos ter um divisor de águas no próximo ano. Teremos que decidir de que tamanho queremos que o país seja.”
Rabello também destacou a importância de ampliar os investimentos do Estado.
“A próxima discussão federal terá que ser com alguém que garanta investimentos. Hoje somos um país de cabeça para baixo, começamos pagando todos os privilegiados, juízes e outros, porque está na lei.”
O presidente ainda falou sobre reforma tributária, sugerindo a unificação de impostos como PIS, COFINS, ISS e ICMS, sem alterar a distribuição atual entre municípios, Estados e União.
“Seria uma simplificação homérica. O presidente Temer tem equipe trabalhando com isso, justamente com um jurista que trabalhava com a gente. Pode-se dizer que é também uma iniciativa nossa. Estamos atuando para que o presidente possa botar [a reforma tributária] no primeiro semestre do ano que vem.”
Sobre a reforma da Previdência, disse que acredita que a proposta pode passar, e que não se pode descartar a capacidade de articulação política do presidente Temer. “É uma reforma sensível, mas não é galinha morta”, disse.
Rabello ainda criticou as especulações sobre economistas de candidatos. “Se o economistas não estiver, faz o que? Ter que ter a conta feita. [Economia] não é coisa que possa ser improvisada.”
JBS
No evento, ele ainda criticou “ataques” feitos ao banco de fomento, investigado por ter supostamente favorecido a JBS com concessão de recursos, via BNDESPar.
“É muito fácil enxovalhar e deixar apenas um rastro de negatividade. Não vale a pena encontrar falsos culpados”, disse, ressaltando que foram feitas apurações dentro do banco e que nada foi encontrado. (Folhapress)
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