23 de dezembro de 2024
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Em série de postagens, Eduardo Bolsonaro ataca Moro, possível candidato em 2022

Segundo PC do DF, Eduardo Bolsonaro sofreu denunciação caluniosa (Foto: Agência Câmara)
Segundo PC do DF, Eduardo Bolsonaro sofreu denunciação caluniosa (Foto: Agência Câmara)

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) fez nesta segunda-feira, 8, uma série de publicações para atacar o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, que pode ser candidato à Presidência da República em 2022 contra seu pai, Jair Bolsonaro.

Em uma série de 14 tuítes, o “03” mostrou que a máquina de desconstrução de imagens públicas da família terá como um dos alvos preferenciais o ex-juiz federal, símbolo da operação Lava Jato. Intitulada “Biografia acima de tudo”, em alusão ao slogan usado por Bolsonaro nas eleições de 2018 – “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos” – as publicações começam com Eduardo chamando Moro de “velha raposa da política” e diz que ele se misturou com “essa política do vale-tudo para se chegar ao poder”.

A série de postagens termina com uma frase atribuída ao escritor italiano Dante Alighieri que critica aqueles que optam pela neutralidade em tempos de crise. Ex-ministro de Jair Bolsonaro, Moro se filia ao Podemos na próxima quarta, 10, com a promessa de disputar o Palácio do Planalto no próximo ano. Inicialmente nome forte do governo, o ex-juiz deixou o governo em abril do ano passado, acusando Bolsonaro de tentar interferir na Polícia Federal para blindar a família de investigações conduzidas pela corporação. Desde então, tornou-se inimigo do bolsonarismo.

Sobre a relação com Moro, Eduardo Bolsonaro disse que foi “ingênuo” ao admirá-lo e pensar que ele não estaria à venda. “Pois é, meu compromisso não é com o erro, por isso digo que os tempos mudam e eu estava errado”, escreveu, para depois chamar o ex-ministro de arrogante. O deputado federal criticou ainda uma suposta traição de Moro em relação ao presidente quando o mesmo decidiu sair do governo.

“Este quem colocou sua biografia acima daquele que lhe estendeu a mão durante seu momento de crise na Vaza Jato (estádio e 7/SET em Brasília), que agora se apresenta para 2022, cujo padrinho, vulgo ‘Alicate’, sempre passou ileso por sua mão.” Alicate é o codinome atribuído, em esquema de corrupção da Odebrecht, ao senador Álvaro Dias (Podemos-PR), um dos principais entusiastas da candidatura de Moro à Presidência.

Em outro trecho da série de postagens, Eduardo lembra do depoimento à Polícia Federal em que o presidente Bolsonaro acusou Moro de ter condicionado a troca do diretor-geral da PF a uma indicação ao Supremo Tribunal Federal.

“Presidente Bolsonaro declarou sob juramento à PF em seu depoimento que Moro havia condicionado a escolha do Delegado Ramagem à PF somente se ele, Moro, fosse indicado ao STF. Certeza que não está à venda Moro?”, atacou.

As postagens relembram ainda o pedido de demissão de Moro, seguido das acusações de que Bolsonaro teria tentado interferir na PF. O “03” saiu em defesa do pai.

“Em seu tiroteio insano disse que estava saindo porque o Presidente queria interferir na PF para proteger seus filhos. Adiantou que a prova cabal seria a reunião ministerial reservada A tal reunião veio a público e nada foi encontrado, a não ser um Presidente autêntico cobrando que ministros, como o da justiça, pelo ao menos se pronunciassem sobre o absurdo de se prender senhoras em praças a praias sem nenhum flagrante delito durante a pandemia.”

O texto termina com mais um ataque ao ex-ministro e suas pretensões políticas. “Para governar o país é preciso empatia com o povo, algo que falta a quem bota sua biografia acima de tudo.” (Por Bruno Luiz/Estadão Conteúdo)


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