O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), participou nesta quinta-feira (31) de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros governadores para discutir questões de segurança pública. Durante o encontro, Caiado criticou a PEC da Segurança Pública proposta pelo governo federal. “Cada estado tem a sua peculiaridade. Não é uma regra única que vai decidir o que deve ser a regra para todos os estados. Esse engessamento não vai dar certo”.
Entre as mudanças propostas, estão a ampliação da participação do governo federal, a integração das polícias, o reforço ao Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e o aumento de responsabilidades da União. Ricardo Lewandowski ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil também propõe a criação de uma nova polícia, comandada pelo governo federal, que tenha mais poderes para fazer o policiamento ostensivo.
Segundo o governador goiano, que faz oposição a Lula, a PEC seria uma “usurpação de poder” e voltou a defender a autonomia do Estado. “Eu já falei, senhor presidente, eu sou governador de Estado, eu fui eleito pelo meu povo. Eu não vou botar a Câmara em policial meu de maneira alguma. Não existe isso de eu botar a Câmara em policial meu, porque eu tenho que ter uma corregedoria séria e honesta, que não admita milícia”, afirmou Caiado.
Eu não vou caminhar numa situação como essa, aonde nós estamos aqui apenas a pagar salário e receber ordem do Congresso Nacional e da União para dizer como é que eu vou me comportar em Goiás.
Vale alembrar que em julho o governador destacou que não pretende implantar uso de câmeras nas fardas dos policiais em Goiás durante evento de divulgação do balanço da Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO). Caiado garante que não é preciso câmeras para agir, e que tal prática inibirá a atuação das forças de segurança pública. “A câmera o meu povo não vai usar, porque meu pessoal quer ter liberdade para poder atuar e poder ter um enfrentamento direto como todo mundo”, defendeu o governador na época.
Conforme Caiado, a sua proposta é “exatamente que esse texto dê aos estados a prerrogativa da legislação penal e de penitenciária para nós acabarmos com o crime no país”. O também pré-candidato a Presidência da República nas eleições de 2026 aproveitou para destacar os feitos em Goiás.
Nós tínhamos em Goiás as seis cidades mais perigosas do país, entre as cem do país, do entorno do Brasil. Hoje é uma região de 100% pacificada. Você pode chegar lá onde você quiser, ir para o restaurante, ir para o ponto de ônibus com o telefone celular, que você não tem a presença do crime em nenhum palmo de terra no Estado de Goiás.
Caiado também explicou que a Segurança Pública foi a grande prioridade de sua gestão. “Desde que eu cheguei ao governo, que eu sempre priorizei a segurança pública. Eu falava, se não tem segurança pública, não tem governabilidade, não tem estado democrático de direito, não tem cidadania. Foi a prioridade número um do meu governo”, destacou.
Isso aí é que nós precisamos entender. O governo federal tem que servir de apoio a nós e não o governo federal e o Congresso Nacional que devem ditar regras para nós, entes federados. É uma inversão completa, partido de uma premissa totalmente errada.
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