10 de agosto de 2024
Cidades • atualizado em 13/02/2020 às 00:02

Em queda, número de homicídios de maio em Goiânia foi o menor do ano

Comandante do Policiamento da Capital, tenente-coronel Ricardo Rocha.
Comandante do Policiamento da Capital, tenente-coronel Ricardo Rocha.

 

Em comparação a janeiro deste ano, o mês de maio teve uma redução de 46,29% nos crimes de homicídios em Goiânia. No primeiro mês de 2016 foram registrados 54 homicídios na capital. Em maio, foram notificados 25.

De acordo com o comandante do Policiamento da Capital (CPC), tenente-coronel Ricardo Rocha, a redução se deve à intensiva atuação da Polícia Militar, em parceria com a Polícia Civil e demais órgãos relacionados à Segurança Pública.

“Presença de viaturas nas ruas, ostensividade da corporação, da PM. Apreensões de armas de fogo. A Polícia Militar na capital, no meu comando e no Comando de Missões Especiais, de forma conjunta, temos apreendido em média de oito a dez armas de fogo por dia em Goiânia, através de abordagens, de operações. Então, isso resulta na diminuição dos crimes contra a vida, porque envolve arma de fogo”, explicou.

Segundo o comandante da capital, quadrilhas e traficantes de drogas, que contribuem para o aumento de homicídios em Goiânia estão sendo identificados e presos pela Polícia Militar, o que também auxilia na redução dos números.

“A outra questão são as ações pontuais que foram feitas no mês de abril. Tínhamos dois, três indivíduos na área do Noroeste, por disputa por ponto de tráfico de drogas e acerto de dívida com droga, estavam cometendo crimes de homicídio. Fizemos uma ação de compartilhamento de informações com a Delegacia de Homicídios, através do delegado Douglas, e foram feitas as prisões dessa quadrilha, que estava matando na área Noroeste. Sentimos as consequências de diminuição no mês de maio. Ao todo, tivemos 25 homicídios no mês de maio”, afirmou.

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Tabela de dados

tabela homicidios

Mais viaturas

Além disso, Ricardo Rocha informou que a presença de viaturas e policiais militares nas ruas é fundamental para a redução de todo tipo de crime. Segundo o tenente-coronel, 58 novas viaturas serão entregues pelo Estado à corporação em julho.

“No mês de julho nós vamos ter 58 viaturas a mais nas ruas. Foi um pedido que nós fizemos ao comandante-geral e ao próprio secretário [de Segurança Pública], José Eliton, no sentido de aumentarmos a nossa força nas ruas já no mês de julho. Em julho e agosto vamos estar com a formatura de mais 200 policiais para aplicarmos aqui em Goiânia, nas ruas. O objetivo nosso é ocupar as ruas”, disse.

Outra medida que está sendo promovida pela Segurança Pública é a aplicação de um policiamento comunitário, com bases móveis, para acompanhar a rotina de praças e feiras de Goiânia e impedir a incidência de crimes nos comércios e a pessoas.

“Já preparamos duas vans, e o secretário já prometeu dar mais quatro vans agora também em julho, para que a gente possa fazer as praças e feiras da nossa cidade. O policiamento comunitário é composto por vans adaptadas com três policiais, e nós vamos estar trabalhando as principais praças e feiras de Goiânia. A base chega a uma praça, [os policiais] já desembarcam e passam a pé, em visita nos comércios circunvizinhos”.

O objetivo desse tipo de policiamento, além de trazer mais segurança à população e comerciantes da região que está sendo monitorada, é desafogar a demanda das viaturas que precisam atender às ocorrências pelo número 190.

“A ideia é fazer a prevenção inicialmente nas praças e feiras e desimpedir a viatura que está para atender o 190. A medida em que você ocupa as bases com policiamento direcionado para isso, você desocupa as viaturas que estão para atender o 190”, informou o comandante.

Furtos e Roubos

Questionado sobre a grande ocorrência de crimes de furtos e roubos a pessoas e patrimônios, Ricardo Rocha ressaltou que o policiamento e prevenção desse tipo de crime também será intensificado para que os índices recuem.

“Ontem à noite recebi a determinação do nosso comandante [geral] para realizamos ações para combater os crimes contra o patrimônio. Estamos fazendo isso já, focamos nos crimes contra a vida, para diminuirmos, e temos feito isso. Agora vamos partir também duramente para diminuir essa modalidade de crime. São os crimes: furto e roubo em residência, furto e roubo de veículos”, concluiu.

Veja vídeo da entrevista:

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Leia a entrevista na íntegra:

Altair Tavares: Essa queda aconteceu porque?

Ricardo Rocha: Deus, primeiramente, guardando a nossa cidade e também as polícias trabalhando, resultado de ações da Polícia Militar, Polícia Civil, dos órgãos de segurança, no sentido de prevenir crimes de homicídio.

Altair Tavares: Como se previne?

Ricardo Rocha: Presença de viaturas nas ruas, ostensividade da corporação, da PM. Segundo: apreensões de armas de fogo. A Polícia Militar na capital, no meu comando e no Comando de Missões Especiais, de forma conjunta, temos apreendido em média de oito a dez armas de fogo por dia em Goiânia, através de abordagens, de operações. Então, isso resulta na diminuição dos crimes contra a vida, porque envolve arma de fogo. A outra questão são as ações pontuais que foram feitas no mês de abril. Tínhamos dois, três indivíduos na área do Noroeste, por disputa por ponto de tráfico de drogas e acerto de dívida com droga, estavam cometendo crimes de homicídio. Fizemos uma ação de compartilhamento de informações com a Delegacia de Homicídios, através do delegado Douglas e foram feitas as prisões dessa quadrilha, que estava matando na área Noroeste. Sentimos as consequências de diminuição no mês de maio. Ao todo, tivemos 25 homicídios no mês de maio. No dia 31 não tivemos nenhum homicídio na capital. E é bom registrar as ações que a PM tem feito durante os dias da semana: ações de bloqueios, preventivas, apreensões de motocicletas irregulares na mão de bandidos, que às vezes trafegam nos bairros livremente cometendo crimes, ações pontuais de identificação. Um indivíduo mata e, às vezes, quando não fizemos as prisões em flagrante, nós procuramos identificar o autor. Então, tivemos muitos homicídios com autoria definida e, em conjunto com a Polícia Civil, nós identificamos e foram feitas as medidas cautelares e prisões posteriores, que diminui o homicídio. A sensação de que se o indivíduo cometer, será punido.

Altair Tavares: O bandido tem que se sentir inseguro?

Ricardo Rocha: Exatamente. Ele tem que sentir que se cometeu o delito, ele corre o risco de ir para a prisão e responder pelo crime. Então, aquela sensação de indivíduo mata e fica por isso mesmo, isso nós estamos combatendo. Nós fizemos esses 25 crimes. Outra coisa, estou alegre por isso [pela redução], mas não estou satisfeito ainda. Nós tivemos no mês de maio alguns crimes […], alguns homicídios pontuais, como o sujeito que matou a filha, a esposa e depois suicidou. A maioria deles é por acerto de contas, vários indivíduos com passagem, mas independente disso precisamos dar respostas à população. Então, é presença de viatura, combater de imediato com prisões e, depois, com cautelares através da parceria da PM com a Polícia Civil, apreender armas de fogo. Combatemos no mês de maio e abril, várias prisões, apreensões de droga e prisões de traficantes. Isso também. A medida em que você faz ações no bairro, você apreende armas, faz prisões de traficantes que pegam suas dívidas através de homicídios. É importante isso.

Altair Tavares: As quadrilhas ficam com menos condições de agir com a apreensão de drogas?

Ricardo Rocha: Em Goiânia nós temos batido muito na tecla de combater os tráficos domésticos que são os pontos de venda de drogas nos bairros. Então, você desestabiliza no momento com ações nesses pontos, apreendendo armas, tirando armas de circulação. Então, é lógico que é importante e nós vamos avançar mais. No mês de julho nós vamos ter de volta as 58 viaturas a mais nas ruas. Foi um pedido que nós fizemos ao comandante-geral e ao próprio secretário [de Segurança Pública], José Eliton, no sentido de aumentarmos a nossa força nas ruas já no mês de julho. Em julho e agosto vamos estar com a formatura de mais 200 policiais para aplicarmos aqui em Goiânia, nas ruas. Então, acho que o objetivo nosso é ocupar as ruas.

Altair Tavares: Pergunta via Facebook: O que vocês podem fazer para diminuir a criminalidade nos bairros? Há uma preocupação da Polícia em relação a crimes contra o patrimônio, roubo a residência?

Ricardo Rocha: Ontem à noite recebi a determinação do nosso comandante para nós realizamos ações para combater os crimes contra o patrimônio. Estamos fazendo isso já, focamos nos crimes contra a vida, para diminuirmos, e temos feito isso. Agora vamos partir também duramente para diminuir essa modalidade de crime. São os crimes: furto e roubo em residência, furto e roubo de veículos. Vamos estar focando nesse sentido. Acho que é importante combatermos os crimes contra a vida, mas também… Agora, nós precisamos agir. De que forma? Colocando as viaturas nos bairros, como temos feito. Nós aumentamos o número de viaturas por unidades. Aqui nós temos 14 unidades distribuídas em Goiânia, unidades de área, mais as unidades especializadas, que é o Batalhão Escolar, de Eventos, em Goiânia, temos o Batalhão de Trânsito e temos a Rotam, que pertence ao nosso Comando. Nós vamos estar voltando, já estamos fazendo. Mas o objetivo é ocupar as ruas. Eu tenho fortalecido a região sudoeste da capital, todo dia, com viaturas de recobrimento, viaturas em que são os alunos que estão em estágio. Agora, no mês de julho vamos estar recebendo mais viaturas e vamos aumentar essa força mais ainda no sentido de cuidar da população e dos bairros periféricos. Estamos fazendo um trabalho na área do 1º Batalhão, que cuida da área nobre, Central, Jardim América, fazendo um trabalho forte, de visibilidade dos parques, dos corredores comerciais. As pessoas têm visto nossas viaturas estacionadas em locais estratégicos, nas praças. Amanhã nós vamos iniciar uma modalidade de policiamento em Goiânia que são as bases de policiamento comunitário. Já preparamos duas vans, e o secretário já prometeu em dar mais quatro vans agora também em julho, para que a gente possa fazer as praças e feiras da nossa cidade. O policiamento comunitário é composto por vans adaptadas com três policiais e nós vamos estar trabalhando as principais praças e feiras de Goiânia. Esse é o objetivo dessas bases comunitárias. A base chega a uma praça, já desembarcar e passam a pé, em visita nos comércios circunvizinhos. Vamos estar alcançando a parte de visibilidade do policiamento.

Altair Tavares: Pergunta via Facebook – Jardim das Hortências tem assalto todos os dias e a população está em pânico à noite. A polícia percebe a necessidade dos cidadãos e já recebeu a determinação para agir contra roubos e furtos. Qual é essa ideia de fazer uma base móvel? 

Ricardo Rocha: A ideia é levar, fazer a prevenção inicialmente nas praças e feiras, e desimpedir a viatura que está para atender o 190. A medida em que você ocupa as bases com policiamento direcionado para isso, você desocupa as viaturas que estão para atender o 190. Nós temos priorizado os horários. Eu acompanho de perto todos os dias as ocorrências da capital, procuramos aplicar as viaturas nos horários de maior incidência. Temos priorizado a parte vespertina para parte noturna. Temos enfrentado alguns problemas pontuais de crimes de roubos a pessoas. Temos feito operações para proteger as pessoas no momento em que estão indo para o trabalho, nas madrugadas.

Altair Tavares: O furto do celular também está uma febre.

Ricardo Rocha: É. Os indivíduos, os usuários de entorpecentes usam de simulacros e rendem as pessoas, e levam o celular. Então, essa é uma modalidade que nós estamos cuidando. Temos feito as prisões. Esbarramos naquele problema que são as audiências de custódia.

Altair Tavares: Porque?

Ricardo Rocha: Porque você prende as mesmas pessoas todos os dias. Isso está insustentável. Mas isso não é motivo para que a gente desanime. A corporação não vai desanimar com isso. Mas, na verdade, o indivíduo que é preso em flagrante, com arma de fogo, fazendo roubo a pessoas, isso todos os dias nós fazemos prisões dentro de Goiânia nessa modalidade. O indivíduo passa um dia, no segundo dia já tem a pauta, o Estado já tem que apresentar esse indivíduo ao juiz, na presença do promotor e advogado de defesa, seja dativo ou não, e ali o indivíduo praticamente é liberado. Aí é um ciclo que roda e que a PM tem feito as prisões das mesmas pessoas praticamente todos os dias.

Altair Tavares: Quando o juiz vê o indivíduo preso duas vezes, não olha diferente?

Ricardo Rocha: Eu sou direto e não dou voltas. O projeto é um programa de governo federal com a Justiça brasileira, e o processo é de desencarcerar, é a política de soltura. Você não constrói presídios. Então, a política é de soltura. E quem paga com isso? Enfraquece as forças policiais e quem paga com isso somos nós como sociedade. Eu tenho essa postura bem firme em relação a isso, é o que eu penso e é importante que a população saiba. Isso tem nos atrapalhado, o indivíduo comete crime e não permanece.

Altair Tavares: O fato de a mudança ter sido feita na Segurança Pública em Goiás, o vice-governador é secretário, a área de segurança tem poder político hoje, tem uma atenção especial, aplicação da [Operação] Tolerância Zero. Essa mudança, então, foi positiva?

Ricardo Rocha: Sim. O secretário é uma pessoa firme, tem um discurso firme, e tem atendido a nossa corporação. Nós temos uma liberdade de trabalho. Nosso comandante geral é uma pessoa que conhece as ruas, que direciona suas ações para a atividade fim, acho que isso é importante, é uma pessoa simples e prática. E o secretário… Estamos no início de trabalho, são quase três meses, é muita coisa a ser feita, apresentamos as demandas para o secretário, para nosso comandante, algumas já foram atendidas e eu tenho certeza que as demais demandas que nós apresentamos, nós vamos ser atendidos. Acho que a medida pontual na capital é recuperar a força da PM nas ruas. Isso nós já estamos fazendo com nossos policiais, comandantes, valorosos pm’s nas ruas de Goiânia e esperança de melhoria e de conquista são visíveis. Nós estamos aguardando isso. Independente de qualquer coisa, a palavra tolerância zero é um chavão de motivarmos nossos policiais. Acho que a população espera da PM uma resposta. A PM já está dando essa resposta e nossa tropa está motivada no sentido de proteger a população aqui na capital. Então, estamos felizes, temos resultados que estamos alcançando. Os crimes de furto e roubos de veículos é outra modalidade que me preocupa e nós diminuímos quase que 20%, 25% dos crimes de furto e roubo de veículos. E é uma meta também de diminuição. Temos os jovens que não querem trabalhar, não querem estudar e estão se aventurando no mundo do crime. Tivemos alguns dessabores, alguns confrontos neste mês de abril e maio. Acho que a minha postura como comandante é dar liberdade e estar com discurso firme. Um indivíduo saiu para roubar, atacou a polícia, ele está tendo e vai ter uma resposta dura por parte da Polícia Militar. Esses ladrões precisam ter ciência disso, porque sair para roubar e ficar por isso mesmo no nosso Comando, não vamos deixar isso acontecer.

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