Um grupo de policiais militares retiraram parte de suas fardas e a lançaram dentro da cova em que foi sepultado o soldado André dos Santos, 22, na manhã desta sexta-feira (17).
André morreu em uma tentativa de assalto no município de Serra, vizinho à capital Vitória e o mais violento do Espírito Santo.
A cerimônia de sepultamento do soldado ocorreu com honras militares, incluindo salvas de tiros e a execução do “toque de silêncio” na corneta.
Após as homenagens tradicionais, porém, os militares que participavam das honras ao soldado retiraram a parte superior de suas fardas (que se usa sobre as camisetas) e a as jogaram na cova ainda aberta para que fossem sepultadas junto com o corpo.
O cemitério em que Santos foi sepultado é o maior do município de Serra, cidade de 494 mil habitantes e que reúne a maior parte das mortes durante a paralisação do policiamento no Estado.
Com a onda de violência, o cemitério contratou uma retroescavadeira para acelerar a abertura de covas.
O Estado do Espírito Santo vive desde o dia 4 uma crise na segurança pública desde o aquartelamento de policiais militares que reivindicam melhorias nas condições de trabalho e recomposição salarial.
O motim dos PMs por reajuste salarial ficou marcado pela ação de mulheres e parentes deles na frente dos batalhões -tentativa de evitar a exposição dos militares, proibidos de fazer greve. Desde então, os índices de criminalidade no Estado dispararam.
Segundo dados oficiais, só entre os dias 4 e 13 de fevereiro, 143 pessoas morreram vítimas de homicídios no Estado. Os números, no entanto, não contabilizam a morte de Santos, que morreu na última quarta-feira. (Folhapress)
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