18 de novembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 01:37

Em ofensiva sobre indecisos, Temer se reúne com parlamentares da CCJ

O presidente Michel Temer iniciou nesta terça-feira (4) uma ofensiva pessoal para tentar barrar denúncia contra ele por corrupção passiva na Câmara dos Deputados.

Ele recebeu pela manhã dois titulares da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) que se declaram indecisos em enquete feita pela Folha de S.Paulo: Ronaldo Fonseca (Pros-DF) e Evandro Gussi (PV-SP). O segundo é, inclusive, cotado para o posto de relator.

Como a reportagem mostrou, pelos cálculos do Palácio do Planalto, o peemedebista só tem garantidos 30 de 66 votos, menos do que o necessário para garantir um relatório favorável contra a denúncia por corrupção passiva na comissão parlamentar. A meta do presidente é garantir pelo menos 40.

O peemedebista também recebeu a deputada federal Christiane Yared (PR-PR) que, na enquete, disse ser favorável ao prosseguimento da denúncia. Pelas contas do governo, há 21 indecisos com potencial de terem seus posicionamentos revertidos em plenário.

Ao todo, o presidente programou audiências com 16 parlamentares, dos quais dez disseram não saber ou não responderam como votarão quando a denúncia for levada a plenário.

Do restante, dois se posicionaram favoravelmente ao prosseguimento da denúncia, Christiane e Sinval Malheiros (PODE-SP), e quatro por seu arquivamento, todos do PMDB, partido do presidente.

Nos próximos dias, o peemedebista pretende manter a agenda de encontro com parlamentares indecisos, principalmente do PSDB, PSD, DEM e PR.

Partindo de um placar já desfavorável, auxiliares do presidente acreditam que a prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima, que foi braço-direito de Temer no governo, pode dificultar ainda mais trabalho de convencimento.

A prisão ocorreu no momento mais delicado da gestão peemedebista, com o início da tramitação de denúncia contra ele por corrupção passiva. A avaliação do Palácio do Planalto é de que ela é mais um sinal de que o cerco da Operação Lava Jato sobre o governo deve aumentar.

Neste final de semana, por exemplo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que “enquanto houver bambu, lá vai flecha”.

A reportagem apurou que, antes da prisão, Geddel havia afirmado em conversas reservadas que não pretendia fazer delação premiada caso fosse preso. A personalidade inconstante e explosiva do peemedebista, no entanto, preocupa a equipe presidencial. (Folhapress)

Leia mais:

 

 

 

 


Leia mais sobre: Brasil