28 de agosto de 2024
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Em novo embate, Amauri Ribeiro chama Major Araújo para briga; Lissauer busca “ponto final”

Dedo em riste, gritaria e muito palavrão: a nova briga entre Major Araújo e Amauri Ribeiro (Foto: Reprodução/TV Alego)
Dedo em riste, gritaria e muito palavrão: a nova briga entre Major Araújo e Amauri Ribeiro (Foto: Reprodução/TV Alego)

A temperatura subiu pela terceira vez em menos de uma semana na Assembleia Legislativa  o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), Lissauer Vieira (PSB) teve de agir para evitar um incêndio de maiores proporções, nesta quarta-feira (15/12) graças a mais um arranca-rabo entre os deputados Amauri Ribeiro (PATRI) e o Major Araújo (sem partido).  “Eu coloco um basta nessa situação, eu não aceito mais subir na Tribuna e ter ofensas pessoais e palavras que desapontem qualquer integridade moral dos deputados. Quero dizer à vossas excelências que vou tomar atitudes com força que tem essa mesa-diretora e o regimento me proporciona”, disparou após ameaças com direito à uma espécie de ‘te espero lá fora colegial’.

Acontece que na abertura dos trabalhos na sessão, Amauri Ribeiro, subiu com seu tradicional chapéu na Tribuna pedir desculpas ao parlamento mas dizer que não aceitaria ofensas à sua honra, nem à sua família. Ontem (14/12), Major Araújo já havia o chamado de “jumento” em meio ao debate do Hospital do Servidor. “Tem gente que dá uma de ‘jumento’ aqui e vem com besteira, ora. Que coisa besta”, disparou à medida que o ex-prefeito de Piracanjuba se aproximava. “Eu não tenho medo não. Não tenho medo de idiota nenhum, não. Pode vir de novo!”, aos berros. A sessão foi encerrada.

Chamou para a briga

Sem ter oportunidade de falar ontem, por conta do imbróglio, Amauri usou seu tempo de fala hoje para, desferir ataques direcionados à Araújo. “O senhor não respeita ninguém neste parlamento. O senhor só sobe ali para xingar e agredir. Diz que seus colegas não são homens, chama-os de jumento”, disparou. “O senhor não é mais homem do que ninguém e muito menos tem mais coragem. Essa atitude do senhor é de moleque.”

Sem medo da Comissão de Ética e no maior estilo ‘te pego lá fora’, Amauri Ribeiro fez o desafio. “A hora que eu descer aqui, vou esperar o senhor naquela porta, do lado de lá. Só eu e o senhor, sem imprensa, sem segurança, fácil da gente resolver. Facinho… Eu espero, vou aguardar o senhor.”

Ribeiro ainda relembrou o episódio em que Araújo havia disparado um tablet contra o tucano Talles Barreto (PSDB). “O senhor disse em discussão verbal que agressão é grave, é crime. Nós temos um vídeo do senhor jogando um tablet no Talles Barreto. Eu nunca lhe joguei nada, só lhe chamei pra gente ir no particular ali só eu e o senhor”, esbravejou. “Eu não tenho medo do senhor. Nunca tive. Não tenho medo de homem e pra mim, o senhor tá longe de ser isso. O senhor é o tipo ‘hominho de brinquedo’. Canalha, bandido, todos esses adjetivos cabem ao senhor. Tô ali esperando o senhor. Tá dado o recado”.

“Pode esperar, frouxo”

O termômetro da discussão subiu ainda mais quando Major Araújo, subiu à Tribuna e não perdeu a oportunidade de devolver os ataques. “Pode esperar, frouxo. Vai lá, frouxo. Vai lá. Você bate em mulher, deputado Amauri. A vereadora veio aqui solidarizar comigo, você agrediu ela. A deputada Leda foi agredida por você, em homem você não bate não porque você é medroso. Você chegou perto de mim e não teve coragem de me agredir. Aqui a coisa é mais embaixo”, disparou.

“Eu não vou fugir de bosta, frouxo nenhum, não. Você fica ‘brabão’ aqui porque tem segurança para separar. Não vou agredir ninguém, agressão física não é comigo, nunca agredi fisicamente alguém. No dia que joguei o tablet assumi perante a imprensa que eu errei. Não vou fugir de ninguém muito menos de você. Você gosta de bater em mulher”, esbravejou.

Araújo ainda disse que Ribeiro fazia teatro em torno das ameaças e que o ex-prefeito de Piracanjuba não teria coragem de fazer nada, além de esbravejar os ataques. “Chegou perto e não teve coragem de fazer nada. Sua imagem hoje perante a sociedade é de frouxo, fraco. Vai se remoer no travesseiro, não teve coragem de fazer nada porque é fraco”, aumentando o tom. “Não tenho medo de morrer. Pode vir com arma, com faca ou braço igual falou que ia vir. Eu não usei esses termos e nunca fui com ameaça para ninguém. Ameaçar é coisa de covarde, frouxo. Não vou ceder a ameaça ou intimidação”.

Araújo terminou seu tempo na Tribuna repetindo as ofensas do dia anterior e chamando Ribeiro de ‘jumento’, mas que não iria para as vias de fato: devolveria os ataques por meio da Tribuna e estava preparado para resolver as questões no discurso.“Eu tô pronto. Como falei para qualquer outro frouxo que já me chamou. Pode vir, dá outra crise aí, dá de jumento ai de novo. Vem babando aí de novo. Hoje tem gente para te segurar. Não tenho medo. Tô prontinho para enfrentar. Entrei na PM para enfrentar bandido e já enfrentei bandido muito pior que o senhor. Não é um bosta qualquer que vai me intimidar”.

Lissauer promete “ponto final”

Na sequência, o presidente da Casa, Lissauer Vieira, como um bombeiro com seu extintor de incêndio, teve de agir para acalmar os parlamentares e  chamou atenção de seus pares.”Eu quero falar com vocês dois. Vocês têm que nos ouvir também. Eu exijo que vossas excelências me ouçam e exijo respeito. Essa casa tem um regimento a ser cumprido e preciso chamar atenção de vossas excelências”, destacou.

Vieira ainda destacou que ambos constrangiam sua gestão, além do parlamento.”Vocês estão colocando minha gestão em constrangimento. Vocês estão colocando este parlamento em constrangimento. Não vamos admitir nem aceitar esse tipo de atitude por parte de nenhum dos dois parlamentares. Eu coloco um basta nessa situação, eu não aceito mais subir na Tribuna e ter ofensas pessoais e palavras que desapontem qualquer integridade moral dos deputados”, antes de chamá-los para seu gabinete. A sessão foi suspensa por 15 minutos.

Lissauer disse que tentaria conversar com ambos para encontrar um consenso. “Se vocês puderem me ouvir como um amigo, companheiro, parceiro e pessoa que sempre respeitou esse parlamento e todos os 40 colegas vocês vão ter um consenso e vamos botar um ponto final nessa situação. Estamos aqui para votar matérias de interesse da população de Goiás. Temos ideias e votos divergentes e isso faz parte do parlamento”, destacou.


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