Dois dias após dar posse a Sérgio Sá Leitão como ministro da Cultura, o presidente Michel Temer cometeu uma gafe nesta quinta-feira (27) e chamou o titular da pasta de “secretário”.
“A reforma do ensino médio estava no Congresso Nacional há mais de 20 anos, secretário Sérgio Sá Leitão. Há mais de 20 e não se fazia”, disse o presidente durante evento no Palácio do Planalto.
Ao assumir interinamente o Palácio do Planalto, em maio do ano passado, Temer transformou a Cultura em uma secretaria do Ministério da Educação, mas acabou convertendo o órgão em ministério após ampla resistência da classe artística.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Leitão disse que a extinção já é uma “questão bizantina”, ou seja, superada, minimizando a decisão presidencial.
Desde a sua recriação, a pasta tem se envolvido em controvérsias e já teve três titulares diferentes. Ela passou quase três meses sem ministro depois da dificuldade de Temer em nomear um substituto para Roberto Freire, que deixou o cargo em maio, logo após a crise deflagrada com a delação do grupo J&F, do empresário Joesley Batista.
Vários dos nomes convidados, como a ex-ministra e senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), recusaram convite para assumir a pasta.
O primeiro titular foi Marcelo Calero, que deixou a Esplanada após ter gravado conversas do presidente e de ministros.
Em depoimento à Polícia Federal, Calero disse que Temer agiu em favor do ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima, que o teria pressionado para conseguir uma licença da pasta em benefício próprio. O episódio resultou na demissão de Geddel do cargo.
Calero foi então substituído por Roberto Freire, que se envolveu em um episódio controverso ao bater boca com o escritor Raduan Nassar, vencedor do Prêmio Camões, o principal da literatura em língua portuguesa.
Ele deixou o posto um dia depois do vazamento de um áudio em que Temer é flagrado conversando com o empresário Joesley Batista. Na conversa, o dono do grupo JBS conta ao presidente uma série de atos que vinha fazendo para frear investigações contra ele.
Aeroportos
O presidente assinou nesta quinta, no Palácio do Planalto, os contratos de concessão dos aeroportos de Fortaleza (CE), Salvador (BA), Florianópolis (SC) e Porto Alegre (RS).
Ele foram leiloados em março a empresas estrangeiras, que pagarão ao poder público 25% do valor mínimo de outorga mais o ágio ofertado, que totaliza R$ 1,46 bilhão.
Os prazos dos contratos são de 30 anos, exceto Porto Alegre que é de 25 anos, e todos são prorrogáveis por mais cinco anos.
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