15 de setembro de 2024
Destaque • atualizado em 22/10/2020 às 11:24

Em nota, Instituto Butantan cobra de Bolsonaro que mantenha a compra da CoronaVac

Bolsonaro e ministro Pazuello. Imagem: Evaristo Sá/AFP.
Bolsonaro e ministro Pazuello. Imagem: Evaristo Sá/AFP.

O Instituto Butantan cobrou do governo federal uma posição favorável à compra da vacina CoronaVac, criada pelo instituto em parceria com um laboratório chinês. Em nota, foi ressaltado que um dia antes de o governo cancelar a compra da vacina, o Ministério da Saúde havia informado a 24 governadores que iria realizar, sim, o procedimento. A nota foi encaminhada aos veículos de imprensa na tarde desta quarta-feira (22/10).

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“A postura de uma parte da União vai na contramão de todos os avanços conquistados até aqui nas negociações por representantes por ele escolhidos para o Ministério da Saúde com autoridades dos Governos Estaduais de SP e do Brasil. Com destaque para reuniões, inclusive presenciais, em Brasília, com participação do Secretário de Estado da Saúde, Jean Gorinchteyn, e o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, com o Ministro Eduardo Pazuello e seus assessores especiais”, diz trecho do posicionameto.

Nesta quarta-feira (21/10), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) desautorizou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a comprar cerca de 46 milhões de vacinas, como o ministro tinha anunciado um dia antes — na terça-feira (20). Bolsonaro disse, em suas redes sociais, que não deixará o povo brasileiro ser cobaia. “A vacina chinesa de João Dória: Para o meu Governo, qualquer vacina, antes de ser disponibilizada à população, deverá ser comprovada cientificamente pelo Ministério da Saúde e certificada pela Anvisa. O povo brasileiro não será cobaia de ninguém. Não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem. Diante do exposto, minha decisão é a de não adquirir a referida vacina”, ressaltou Bolsonaro.

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O Partido Rede Sustentabilidade entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) com o objetivo de obrigar o governo federal a comprar a vacina anunciada como cura contra a covid-19.

Nota do Instituto Butantan

A postura de uma parte da União vai na contramão de todos os avanços conquistados até aqui nas negociações por representantes por ele escolhidos para o Ministério da Saúde com autoridades dos Governos Estaduais de SP e do Brasil. Com destaque para reuniões, inclusive presenciais, em Brasília, com participação do Secretário de Estado da Saúde, Jean Gorinchteyn, e o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, com o Ministro Eduardo Pazuello e seus assessores especiais. A CoronaVac, aliás, demonstra-se mais segura em comparação a outras vacinas em teste para COVID-19, e apresenta menor percentual de efeitos colaterais nos resultados obtidos até o momento.

O compromisso do Governo do Estado de SP é disponibilizar aos brasileiros uma vacina comprovadamente segura, após a conclusão de todos os estudos clínicos e as devidas aprovações nos órgãos regulatórios, como a Anvisa. Assim, espera que o Ministério da Saúde honre o compromisso assumido publicamente ontem (20) com 24 Estados, adquira o imunizante, e garanta uma vacinação gratuita, segura e eficaz para proteger a população.

O próprio Ministro afirmou, ontem, que “A vacina do Butantan será a vacina brasileira. Nós já fizemos uma carta em resposta ao ofício do Butantan e essa carta, ela é o compromisso da aquisição dessas vacinas”. A frase é clara e sequer da margem para interpretações divergentes, sendo descabida a afirmação do Ministério de que houve “uma interpretação equivocada”. É evidente que qualquer aplicação requer aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e todos os esforços para celeridade em todos esses processos estão sendo empregados para que a população tenha acesso o mais rápido possível a uma vacina segura e eficaz. O Governo de SP deseja também que o Governo Federal compreenda que salvar vidas é a missão máxima de qualquer gestor público responsável.


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