17 de novembro de 2024
Entretenimento • atualizado em 13/02/2020 às 09:49

Em noite fria, Paul McCartney dribla rouquidão blindado por clássicos

Algo parece ter dado errado nos rituais de Paul McCartney.

Acostumado a fazer uma espécie de sauna facial com água quente antes de cada show, o ex-beatle precisou enfrentar uma rouquidão para entoar uma maratona de hits na noite fria deste domingo (15) em São Paulo, no mesmo Allianz  Parque em que se apresentou em 2014.

O problema apenas tangenciou um repertório blindado por clássicos que eram cantados a plenos pulmões, mas limitou trechos de mais fôlego em canções como em “Maybe I’m Amazed”, homenagem a Linda McCartney.

Ao contrário de sua última apresentação na cidade, há três anos, quando atrasou cerca de 45 minutos à espera dos fãs que driblavam redondezas alagadas pela chuva, o astro subiu ao palco apenas dois minutos após as 21h, horário marcado para o início do espetáculo.

Entre as agitadas “Hard Days Night”, que abriu os trabalhos, como de costume, e “Can’t Buy Me Love”, Paul alternou a empolgação com a menos conhecida “Junior’s Farm”, composta em parceria com Linda e gravada nos tempos de Wings.

Durante a apresentação, a segunda no Brasil da turnê ‘One on one’ (tocou sexta em Porto Alegre), Paul homenageou além dos parceiros dos Beatles Nancy, sua mulher, com “My Valentine”, e Jimi Hendrix, tocando trecho de “Foxy Lady” após “Let Me Roll It” do Wings.

Carismático, o músico interagia constantemente com o público, lendo frases previamente ensaiadas em português inclusive gírias como “da hora” e a intrigante palavra, ao menos para seus ouvidos, “recente”. O popstar também dançou e até mesmo rebolou em “And I Love Her”.

“É impossível”, disse após constatar que “Sgt. Peppers” completou neste ano meio século desde o seu lançamento. Acompanhado de jogos de luzes verdes e roxas, entoou ªBeing For the Benefit of Mr. Kiteº, composição de John Lennon que está no seu repertório desde 2013, quando Paul a tocou pela primeira vez ao vivo, em um show em Belo Horizonte (MG).

George Harrison também foi lembrado com a romântica “Something”, introduzida ao som de um ukelele, enveredando-se logo em um karaokê em uníssono.

Aliás, o público mais de uma vez cantou junto (para alívio da garganta do músico), como em “Live and Let Die” e em “Let It Be”, quando foi acompanhado não só pelas vozes mas também por luzes de celulares ao redor do estádio lotado com mais de 45 mil pessoas.

Além de canções da carreira solo, incluindo a mais recente, uma parceria com Rihanna e Kanye West (“FourFiveSeconds”), Paul presenteou o público com os clássicos que fizeram do show um tributo aos Beatles.

Para encerrar o bloco principal de mais de três dezenas de músicas veio a apoteótica “Hey Jude”, cujo refrão de única sílaba era ao mesmo tempo cantado -por “minos” e “minas”, conforme ele regia o publico, em português- e escrito em cartazes que figuraram por todo o estádio.

O ex-beatle tem pouco tempo para recuperar a voz: ele se apresenta na terça-feira (17) em Belo Horizonte e faz seu 20º show no Brasil em Salvador, na sexta-feira (20).

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