25 de dezembro de 2025
Governo federal

Em mensagem natalina, Lula faz balanço de 2025 e aponta desafios para 2026

Em pronunciamento de fim de ano, presidente citou saída do Mapa da Fome, geração de empregos, redução da desigualdade e combate à violência
Foto: Ricardo Stuckert/PR
Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão na noite desta quarta-feira (25), no qual desejou boas festas à população e apresentou um balanço das ações do governo em 2025, além de apontar desafios para 2026.

Segundo o presidente, o ano que se encerra foi marcado por dificuldades, mas também por avanços considerados históricos. “Quando os fogos brilharem no céu, na noite do dia 31, estará encerrado um ano difícil, com muitos desafios, mas um ano em que o povo brasileiro sai como o grande vencedor”, afirmou.

Entre os principais resultados destacados estão a saída do Brasil do Mapa da Fome, a retomada do Bolsa Família, o fortalecimento da agricultura familiar e a política de valorização do salário mínimo. Lula ressaltou ainda os investimentos na geração de empregos e na alimentação escolar.

O presidente também mencionou o fim do desconto do Imposto de Renda para trabalhadores que recebem até R$ 5 mil mensais. “Para milhões de brasileiras e brasileiros, o último dia do ano também será o último dia com Imposto de Renda descontado no salário. A partir de janeiro, milhões de famílias terão um dinheiro extra todos os meses, o que vai aliviar as contas e aquecer a economia”, disse.

Na área da saúde, Lula citou o programa Agora Tem Especialistas, lançado para reduzir o tempo de espera por consultas, exames e cirurgias no Sistema Único de Saúde (SUS). Também foram lembrados os programas Pé-de-Meia, Gás do Povo e Luz do Povo.

Na política habitacional, o presidente destacou a retomada do Minha Casa, Minha Vida, com ampliação do alcance à classe média, e anunciou a chegada do programa Reforma Casa Brasil. “Moradia digna é um direito fundamental que precisa ser garantido”, afirmou.

As obras da Transposição do Rio São Francisco e os investimentos do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) também foram mencionados. No campo econômico, Lula comemorou o encerramento do ano com a menor taxa de desemprego da série histórica, recordes de empregos com carteira assinada e aumento da renda média dos trabalhadores. Segundo ele, a inflação acumulada será a menor já registrada, o que contribuiu para a redução da pobreza e da desigualdade. “Só neste ano, dois milhões de pessoas deixaram o Bolsa Família porque melhoraram de renda”, disse.

Outro ponto abordado foi a nova Carteira Nacional de Habilitação (CNH), que, de acordo com o presidente, deve ficar até 80% mais barata, ampliando o acesso da população ao documento.

Desafios

Ao tratar dos desafios para 2026, Lula citou o enfrentamento ao crime organizado e à violência. Ele elogiou as ações da Polícia Federal e afirmou que, pela primeira vez, “o andar de cima” foi atingido. “Nenhum dinheiro ou influência vai impedir a Polícia Federal de ir adiante”, declarou.

O presidente também falou sobre o combate à violência contra as mulheres e anunciou a intenção de liderar um esforço nacional envolvendo governo e sociedade. “Nós que somos homens devemos fazer um compromisso de alma. Em nome de tudo que é mais sagrado, seja um aliado”, afirmou.

Cenário internacional

No plano internacional, Lula disse que o Brasil voltou a ser respeitado e admirado. Segundo ele, cerca de 9 milhões de turistas estrangeiros visitaram o país no ano da realização da COP30, em Belém (PA). O presidente classificou o evento como um sucesso e afirmou que ele consolidou o Brasil como liderança global no enfrentamento das mudanças climáticas.

Lula também comentou o chamado “tarifaço” imposto ao Brasil, destacando a atuação diplomática do governo. “Mostramos ao mundo que somos do diálogo e da fraternidade”, disse. De acordo com o presidente, as negociações permitiram superar o impasse e alcançar a marca de mais de 500 novos mercados abertos para produtos brasileiros.

Escala 6×1

No encerramento do pronunciamento, Lula afirmou que seguirá combatendo privilégios e defendeu o fim da escala de trabalho 6×1, sem redução de salário. “Não é justo que uma pessoa trabalhe seis dias e tenha apenas um para descansar, conviver com a família e cuidar da própria vida”, declarou.

Segundo o presidente, o fim desse modelo de jornada é uma demanda popular que deve ser debatida e transformada em política pública.


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