O presidente Jair Bolsonaro se pronunciou em cadeia de rádio e TV nesta sexta-feira (31) e criticou a adoção do passaporte da vacina no Brasil. A medida é utilizada por alguns estados e municípios para estimular a imunização contra a covid-19.
Durante sua fala, Bolsonaro também voltou a citar a vacinação de crianças de 5 a 11 anos. O presidente defendeu a hipótese do Ministério da Saúde, de aplicar o imunizante só sob prescrição médica.
“Não apoiamos o passaporte vacinal, nem qualquer restrição àqueles que não desejam se vacinar. Também, como anunciado pelo ministro da Saúde, defendemos que as vacinas para as crianças entre 5 e 11 anos sejam aplicadas somente com o consentimento dos pais e prescrição médica. A liberdade tem que ser respeitada”, afirmou o presidente no discurso.
Bolsonaro é um crítico da vacinação de crianças e já afirmou que não vai permitir a imunização da filha Laura, de 11 anos. Os especialistas, todavia, ressaltam a necessidade de se imunizar esta população para reduzir o número de vulneráveis ao vírus, especialmente num momento de disseminação de variantes.
Ele também voltou-se novamente contra prefeitos e governadores, culpando-os pela crise econômica, segundo ele, causada pelas medidas restritivas impostas para conter o contágio.
Corrupção e obras
O presidente também usou o espaço para dizer que o governo não tem casos de corrupção. “Completamos três anos de governo sem corrupção. Já concluímos, com menor custo, centenas de obras paradas há vários anos”, disse Bolsonaro.
Apesar da fala do presidente, há investigações contra o ex-ministro de Meio Ambiente, Ricardo Salles, no âmbito da Operação Akuanduba, que apura suspeita de facilitação de exportação de madeira ilegal do Brasil para Estados Unidos e Europa.
Ainda há procedimentos que investigam um suposto pedido de propina em uma negociação paralela para compra de vacinas da AstraZeneca, além de irregularidades na compra da Covaxin. Também foram detectadas irregularidades numa licitação de R$ 3 bilhões para compra de computadores via Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação.
O presidente também disse que durante o seu mandato o governo federal começou novas obras e concluiu outras que estavam inacabadas. Bolsonaro citou a transposição do rio São Francisco como exemplo.
Bolsonaro declarou ainda que o Brasil termina 2021 com saldo de três milhões de novos empregos e cinco milhões de empresas abertas.
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