20 de dezembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 00:26

Em meio a acusação, cadeira de Geddel fica vazia em reunião do conselhão

Em meio à acusação de que teria atuado motivado por um interesse pessoal, o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, faltou nesta segunda-feira (21) à primeira reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o conselhão. Na fileira onde sentou a equipe de ministros, uma cadeira identificava o assento do titular da Secretaria de Governo, mas ela permaneceu vazia durante o todo o encontro realizado no Palácio do Planalto.

O ministro, que passou o final de semana na Bahia, chegou em Brasília no final da manhã e, segundo assessores e aliados, não se sentiria à vontade em comparecer à cerimônia. O presidente Michel Temer reconhece que o ministro cometeu um erro ao ter pressionado o ex-ministro Marcelo Calero, da Cultura, a produzir um parecer técnico para liberar um empreendimento imobiliário no qual tem um apartamento. Ele entende, contudo, que é um motivo pequeno para justificar a demissão do ministro.

Além disso, como o parecer não foi alterado, a posição do Planalto é que Geddel não teve poder para fazer prevalecer o seu desejo. O presidente, contudo, lembra que é necessário esperar a evolução dos fatos para se tomar uma decisão definitiva, uma vez que a situação do ministro pode se agravar.

Para arrefecer a atual crise, assessores e auxiliares presidenciais defendem que Geddel faça um pedido público de desculpas. A avaliação é que, diante de escândalos de corrupção revelados pela Operação Lava Jato, o país não aceita mais esse tipo de comportamento por parte de um ministro.

Nesta segunda-feira (21), o presidente ignorou os jornalistas ao deixar a reunião e não se manifestou sobre a situação de Geddel no governo. Em meio a uma série de perguntas, inclusive sobre se o ministro seria demitido, Temer acenou negativamente com o dedo.

O ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) se recusou também a tratar do assunto. “Essa é uma questão que tem que ser avaliada no devido momento e pelo presidente da República. Na questão ministerial só tem uma pessoa que convida, nomeia e depois, se for o caso, demite. Mas só tem uma pessoa para fazer isso. É o presidente da República”, afirmou.

(Folhapress)

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