12 de novembro de 2024
Brasília

Em marcha ‘pró-armas’, Eduardo Bolsonaro diz que professor “doutrinador” é pior que traficante

Manifestação ocorreu em Brasília, na Esplanada dos Ministérios, neste domingo (9)
Eduardo Bolsonaro discursou em meio ao grupo que defende a legalização do porte e posse de armas de fogo para civis. (Foto: reprodução)
Eduardo Bolsonaro discursou em meio ao grupo que defende a legalização do porte e posse de armas de fogo para civis. (Foto: reprodução)

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) apareceu em meio a algumas centenas de pessoas que promoveram uma marcha ‘pró-armas’ neste domingo (9), em Brasília. Na ocasião, o parlamentar discursou e, entre outras palavras, afirmou que os “professores doutrinadores” são piores do que traficantes de drogas, pois eles causam discórdia dentro das famílias e influenciam para a destruição da “instituição chamada família”.

Antes do discurso de Eduardo Bolsonaro, os manifestantes começaram a se concentrar na Catedral Metropolitana pela manhã e saiu em marcha pelo canteiro central da Esplanada dos Ministérios. As pessoas que participaram do ato foram vestidas de branco, muitos carregavam bandeiras do Brasil e outros demonstravam que eram apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O evento foi realizado pela Proarmas (Associação Nacional Movimento Pró Armas) e a organização da marcha divulgou que o objetivo foi o da “defesa do direito do cidadão de ter armas e da liberdade de escolha“.

Ainda sobre o discurso de Eduardo Bolsonaro, ele disse: “Se tivermos uma geração de pais que prestem atenção na criação dos filhos, tirem um tempo para ver o que eles aprendem nas escolas, não vai ter espaço para professor doutrinador querer sequestrar as nossas crianças. Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar e levar nossos filhos para o mundo do crime.”

O filho do ex-presidente soltou, então, que um “professor doutrinador” pode ser pior que um traficante, pois ele consegue estremecer as relações familiares. “Talvez até o professor doutrinador seja ainda pior, porque ele vai causar discórdia dentro da sua casa, enxergando opressão em todo tipo de relação. Ele vai falar que o pai oprime a mãe, a mãe oprime o filho e que a instituição chamada família tem que ser destruída”, disse ele.

O deputado também não encerrou o discurso sem antes de falar de religião em um evento com o foco em armas de fogo. “Deus amou a igreja dando a sua própria vida. Quando um cara entra na sua casa, é você quem deve dar o primeiro combate. Não é o governo, não é, com todo respeito, a polícia […] é sobre liberdade”, garantiu o político.

Vale lembrar que, na última semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) invalidou diversos trechos de decretos assinados por Bolsonaro que flexibilizavam a aquisição, cadastro, registro e comercialização de armas de fogo. A decisão foi unânime entre os ministros.

Dentro disso, foi considerado inconstitucional, por exemplo, a ampliação do número de armas que podem ser adquiridas por caçadores, atiradores desportivos e colecionadores (CACs) e o acesso geral a armamento que, antes do governo do capitão, eram tidas como de uso exclusivo das Forças Armadas e de órgãos de segurança pública. Também receberam o selo de ilegal normas que permitiam a importação e o aumento da quantidade máxima de armas por pessoa.

Leia também: Eduardo Bolsonaro critica reforma tributária, mas vira piada por errar mapa do Brasil


Leia mais sobre: Brasil