14 de novembro de 2024
Declaração

Em Lisboa, Lula diz que Brasil e Portugal são democracias ameaçadas pelo extremismo

As declarações do petista surgem em meio a um contexto onde um apoiador de ultradireita convocou manifestações nas ruas contra a presença do petista
Lula desembarcou em Portugal nesta sexta-feira (21). (Foto: Divulgação)
Lula desembarcou em Portugal nesta sexta-feira (21). (Foto: Divulgação)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que chegou em Lisboa – Portugal, nesta sexta-feira (21), foi recebido pelo chefe de Estado luso, Marcelo Rebelo de Sousa, na manhã deste sábado (22). Após o encontro, o petista afirmou que ambos os países são ameaçados pelo extremismo político.

“Estamos ameaçados pelo fenômeno do extremismo, da violência política e do discurso de ódio, alimentado por notícias falsas. Elas destilam a desconfiança nas instituições e na política”. Disse Lula.

Vale lembrar que as declarações do petista surgem em meio a um contexto onde um apoiador de ultradireita, ou seja, do ex-presidente Jair Bolsonaro, convocou manifestações nas ruas contra a presença do petista em Portugal. Lula comparou o comportamento da extrema direita ao fascismo.

“É quase como fazer política no submundo. Vocês acompanharam as últimas eleições no Brasil, viram o que aconteceu. Quando se começa a negar a política, o que vem depois é sempre muito pior. A extrema direita de direita ideológica não tem nada, tem muito de fascismo”.

Marcelo Rebelo de Sousa, por sua vez, destacou a retomada dos laços entre os dois países, “reatando uma tradição de outros tempos”, e destacou o papel dos brasileiros na sociedade portuguesa.

Antes de se reunirem no Palácio de Belém, sede da Presidência portuguesa, Lula foi recebido com honras militares. A cerimônia ocorreu em um dos principais cartões-postais da cidade, o Mosteiro dos Jerônimos. O presidente fez uma breve visita ao mosteiro e deixou flores no túmulo do poeta Luís de Camões.

Questionado sobre suas recentes declarações sobre a Guerra da Ucrânia, Lula voltou a pedir paz. Dessa vez em discurso mais moderado, disse que o Brasil condena a invasão russa da Ucrânia, mas reiterou que nem Kiev nem Moscou parecem querer parar o conflito.

“É melhor encontrar a saída em torno de uma mesa do que no campo de batalha”, afirmou o petista. Perguntado se ainda sustenta que a União Europeia colabora para a manutenção do conflito, disse que “se você não fala em paz, você contribui para a guerra”.

Lula estava acompanhado da primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja, dos oito ministros que compõem a delegação, além de embaixadores, militares e outros políticos.

Nesta tarde, o presidente brasileiro participa da retomada da Cúpula Luso-Brasileira. Prevista para acontecer a cada dois anos, a reunião dealto nível entre os governos dos dois países não era realizada desde 2016.

A programação inclui um encontro exclusivo de Lula com o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, e depois encontros mais alargados, com a presença de ministros portugueses e brasileiros.

Há previsão de assinatura de pelo menos 13 acordos, em áreas como ciência, inovação, direitos das pessoas com deficiência e aeronáutica.


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