Em seu primeiro compromisso público em Israel, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou nesta segunda-feira (22) o Irã de apoiar “terroristas” e insistiu que Teerã nunca deve ter autorização para possuir armas nucleares.
“Estados Unidos e Israel podem afirmar com uma única voz que o Irã nunca deve ser autorizado a possuir uma arma nuclear -nunca, jamais- e que deve cessar o financiamento, o treinamento e o equipamento mortais de terroristas e milícias”, declarou Trump em um breve discurso na presença do presidente israelense Reuven Rivlin.
De acordo com o presidente republicano, que visita o Oriente Médio em sua primeira viagem ao exterior desde a posse, há uma “tomada de consciência crescente” entre os países árabes da região que compartilham uma “causa comum” com Israel sobre “a ameaça que supõe o Irã”.
Alguns minutos antes, o presidente israelense havia criticado em termos pesados o comportamento de Teerã.
“Temos que garantir (…) que não vamos acordar em um pesadelo, com o Irã, o grupo Estado Islâmico e o Hamas em nossas fronteiras”, declarou Rivlin.
“Para poder sonhar, devemos assegurar que o Irã esteja fora de nossas fronteiras, fora da Síria e do Líbano”, completou.
Trump desembarcou nesta segunda-feira (22) em Israel, segunda etapa de sua primeira viagem ao exterior como chefe de Estado, com o objetivo de buscar maneiras de reativar os esforços de paz entre israelenses e palestinos.
Antes, o presidente americano passou pela Arábia Saudita.
O avião presidencial Air Force One pousou pouco antes das 12h30 locais (6h30 de Brasília) no aeroporto internacional Ben Gurion de Tel Aviv.
Trump deve visitar durante a tarde o Muro dos Lamentações, local de oração sagrado para os judeus, antes de uma reunião com o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu.
‘IRANOFOBIA’
Também nesta segunda, o Irã acusou os EUA de vender armas para “terroristas perigosos” no Oriente Médio e de propagar “iranofobia” para encorajar Estados árabes a comprar armas, informou uma TV estatal iraniana.
“Mais uma vez, por meio de suas alegações repetitivas e sem fundamento sobre o Irã, o presidente norte-americano… tentou encorajar os países da região a comprar mais armas ao propagar iranofobia”, disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Bahram Qassemi, um dia depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, terminar uma visita ao principal inimigo de Teerã, a Arábia Saudita, onde acordos de armamento de quase 110 bilhões de dólares foram assinados.
Enviando uma mensagem dura à Teerã logo após a reeleição do pragmático Hassan Rowhani como presidente, Trump pediu que líderes árabes e islâmicos se unam para derrotar militantes islâmicos, e disse que o Irã tinha por décadas “alimentado o fogo de conflitos e terrores sectários”.
Qassemi disse que Washigton está “reanimando terroristas na região por meio de suas políticas hostis” e que “deve parar se vender armas para terroristas perigosos”.
Ele disse que os Estados Unidos e seus aliados “devem saber que o Irã é um país democrático, estável e poderoso” e que promove “paz, boa vizinhança e a criação de um mundo oposto à violência e ao extremismo”.
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