A Senadora eleita pelo Distrito Federal e ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves (Republicanos) afirmou, no sábado (8) durante visita à Assembleia de Deus Ministério Fama, em Goiânia, que o governo Bolsonaro teria encontrado crianças vítimas de tráfico humano para outros países. O crime teria sido registrado na Ilha do Marajó, no Pará, onde os dentes dos pequenos teriam sido arrancados para prática de sexo oral. Veja vídeo:
No vídeo, Damares faz revelações ainda mais chocantes sobre estupros de bebês e a condição das supostas crianças sequestradas. Apesar do tráfico de pessoas, de crianças em geral, ser algo real a ex-ministra porém, não citou dados, fatos ou operações que comprovassem a veracidade de sua denúncia. Ela usa a história, no entanto, para dizer que Bolsonaro quer salvar todas as crianças e, por isso, o “inferno se levantou” contra o presidente.
NÃO DEIXE DE LER: ‘Partido das Trevas’ inventou que mulheres não amam Bolsonaro, diz Damares Alves em Goiânia
LEIA TAMBÉM: Michelle Bolsonaro e Damares Alves participam de ato político com mulheres em Goiânia
Outro fato curioso é que, no começo do vídeo, Damares diz, antes de fazer a denúncia, que as pessoas perguntam “por que Bolsonaro está fazendo o maior programa de desenvolvimento regional na Ilha do Marajó?”. Apesar disso, em apuração, não há qualquer informação que confirme isso, pelo contrário, o presidente só liberou 44% dos recursos de convênios no estado e apenas 10% dos contratos com prefeituras, entidades e Estado foram concluídos. Atrasos atingem centenas de obras e aquisição de equipamentos, prejudicando a população e atrapalhando projetos nos municípios.
Especificamente em Salvaterra, na Ilha do Marajó, um convênio para a implantação de um sistema de abastecimento de água, que vai beneficiar as comunidades de Camará e São Veríssimo e a atividade agrícola da região, foi assinado em dezembro de 2019. O valor é de pouco mais de R$ 600 mil, mas até agora nenhum tostão foi liberado e a vigência expira em dezembro deste ano.
Voltando à denúncia, é claro que, em hipótese alguma a identidade de crianças resgatas nestas possíveis condições jamais devem ser reveladas, mas há outras formas de se utilizar desta informação. Providências poderiam ter sido tomadas por meio de ações policiais, investigativas, mobilização de poderes, e informando a população corretamente, não sendo trazida em um culto, em período de campanha eleitoral, a qual Damares chama de “Guerra Espiritual”. Na internet, a senadora eleita foi amplamente criticada, mas também elogiada pelo que fez. Confira: