Os presidentes Donald Trump, dos Estados Unidos, e Vladimir Putin, da Rússia, se reuniram pessoalmente pela primeira vez nesta sexta-feira (7). O encontro aconteceu durante a cúpula do G20 em Hamburgo, na Alemanha.
Na conversa, Trump questionou seu colega sobre a suposta interferência da Rússia na eleição presidencial americana em 2016, relatou o secretário de Estado americano, Rex Tillerson.
Putin, que é acusado pelos serviços de inteligência dos EUA de ter ordenado ciberataques contra o Partido Democrata na campanha em favor da candidatura de Trump, negou envolvimento.
Os líderes demonstraram otimismo após a conversa, que se estendeu por duas horas e 15 minutos, bem mais que os 30 minutos originalmente previstos. Trump disse que estava “honrado”, e Putin afirmou que espera que o diálogo traga “bons resultados” para ambos os países.
Tillerson afirmou que houve uma “química positiva” entre os dois e que “nenhum deles queria parar”, pois “havia muito sobre o que conversar”. Ele também disse que, após mais de uma hora de encontro, assessores enviaram a primeira-dama Melania Trump para tentar encerrar a conversa, mas que ela “claramente fracassou”.
O fato de Trump pressionar Putin sobre a suposta interferência eleitoral causou surpresa. O republicano vem chamando de “notícias falsas” as informações divulgadas na imprensa sobre o assunto e, na véspera, em discurso na Polônia, ele disse que “ninguém sabe” se o Kremlin está por trás dos ciberataques contra os democratas.
Segundo relatos de autoridades que acompanham o G20, também foram discutidos por Trump e Putin temas como Síria, Ucrânia, terrorismo e cibersegurança.
Também no G20, Trump conversou com o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto. Segundo o presidente dos EUA, houve progresso nas relações com o país vizinho. “Nós estamos negociando o Nafta e algumas outras coisas com o México”, disse Trump, que chamou Nieto de “amigo”.
Mais cedo, o republicano conversou rapidamente com a chanceler alemã, Angela Merkel, e a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May. Ele também cumprimentou o primeiro-ministro australiano, Malcolm Turnbull, além do presidente Emmanuel Macron, da França.
O encontro de Trump e Putin, que era um dos mais esperados da cúpula, ocorre em meio a investigações do FBI (a polícia federal dos EUA) sobre o suposto elo de assessores de Trump com autoridades russas durante as eleições norte-americanas em 2016.
Antes do primeiro encontro entre os presidentes, o porta-voz do Krelim, Dmitry Peskov, disse que Putin estava ansioso por uma conversa com Trump. Eles devem voltar a se reunir em separado nos bastidores da cúpula ainda nesta sexta e no sábado (8).
Também nesta sexta-feira, EUA e Rússia anunciaram um cessar-fogo no sudoeste da Síria, que deve valer a partir de domingo. Os dois países apoiam lados opostos na guerra civil no país.
Pressão
Líderes aumentaram a pressão para que Trump faça concessões em relação ao clima e ao comércio durante o G20.
Em um comunicado conjunto emitido enquanto os líderes mundiais se reuniam em um vasto centro de convenções de Hamburgo, os países do Brics (grupo composto por Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul) divulgaram um comunicado oficial insistindo na importância de um mercado aberto e da implementação do Acordo de Paris para a mudança climática. (Folhapress)
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