22 de novembro de 2024
Destaque 2

Em dia recorde de mortes por Covid-19, Bolsonaro critica medidas de prevenção ao contágio

Foto: Caroline Antunes/PR
Foto: Caroline Antunes/PR

Após o Brasil ultrapassar a marca de 250 mil óbitos pela Covid-19 e um ano de pandemia, o presidente da república, Jair Bolsonaro, voltou a contestar a utilização de máscaras e criticar governadores e prefeitos que realizam medidas para diminuir o distanciamento social, com a alegação de que a população deve, inclusive, solicitar o auxílio emergencial aos governantes locais.

Durante live transmitida nesta quinta-feira (25), Bolsonaro relatou que, de acordo com “uma universidade alemã”, o uso de máscaras é prejudicial a crianças. “Encontram vários itens aqui como irritabilidade, dor de cabeça, dificuldade de concentração, dificuldade de percepção de felicidade, recusa ir para escola ou creche, desânimo, comprometimento da capacidade de aprendizado, vertigem e fadiga, então começa a aparecer aqui os efeitos colaterais das máscaras”, disse sem apresentar o estudo ou à referência para checagem. 

Em seguida, o presidente do Brasil afirmou que não entraria em detalhes, para não gerar críticas sobre ele. “Não vou entrar em detalhes, porque tudo desagua em critica em cima de mim, né. Eu tenho a minha opinião sobre máscara e cada um tem a sua. Mas a gente aguarda um estudo, né, mais aprofundado sobre isso por parte de pessoas competentes”, pontuou.

Bolsonaro contestou, ainda, durante a transmissão, o isolamento social imposto por prefeitos e governadores. Ao citar o auxílio emergencial, o presidente afirmou que “aquela política de fecha tudo e vai pra casa é muito bacana pra quem tem dinheiro, quem tem uma boa poupança, pra quem tem um salário fixo garantido todo mês”, mas para mais de 40 milhões de pessoas que foram obrigadas a ficar em casa, foi um desastre.

“A população quer voltar a trabalhar. Infelizmente um ou outro governador, um ou outro prefeito ainda teima em baixar decretos obrigando essas pessoas a ficar em casa. Agora quem quer auxílio emergencial vão cobrar do prefeito, para o prefeito fazer auxílio emergencial. Vão cobrar do respectivo governador. Já que ele quer que você fique em casa eternamente, quer mandar a conta para nós pagarmos. Eu teria o maior prazer de pagar eternamente um salário para todo mundo viver numa boa, sem trabalhar, mas isso não existe”, declarou o presidente.

Em contrapartida, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, segue pedindo à população goiana para que intensifique o isolamento social e respeite os protocolos, para combater a disseminação do vírus no estado e, consequentemente, diminuir a demanda nos hospitais e poupar vidas. Ao dizer no último dia 23, que março será o pior mês para enfrentamento da Covid-19 no Estado, o governo fez um apelo para a conscientização da população.

“Por favor, eu peço que mantenham o uso de máscara, o afastamento, a higienização das mãos, porque a demanda está sendo muito maior que na primeira onda”, afirmou o governador de Goiás. “Se não tivermos a contrapartida da população, fica difícil. Já disse e repito: há limitação, principalmente das nossas equipes na área de saúde. Estão estafadas, sobrecarregadas, alguns não suportam a carga do volume de trabalho e isto tem sido um fator extremamente preocupante”, completou.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) também defende o isolamento social. Em entrevista para o Portal Uol, Tarik Jašarević, porta-voz da fundação, afirmou que o “distanciamento ajuda, reduz os riscos de ser infectado” e as máscaras também ajudam, “especialmente quando o distanciamento não é possível”.

“Cada um de nós pode reduzir os riscos de exposição. Isso não quer dizer que as autoridades não devam colocar em prática suas ações, o que inclui monitorar a transmissão do vírus e quebrar cadeias de transmissão, por meio de rastreabilidade, isolar e testar pessoas”, ressaltou o porta-voz.


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