Ao menos dois ônibus e um carro do governo do Estado foram incendiados, na tarde desta quarta (18), em Natal. Os ataques acontecem no mesmo dia em que foi anunciada a transferência de presos do presídio de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal (RN), que estava com presos amotinados.
Um dos ônibus incendiados estava na praia do Meio quando foi atacado, já o carro do governo estava no bairro Mãe Luiza. A Secretaria de Segurança Pública não confirmou o local do terceiro ataque, nem se eles estão relacionados à tensão que persiste na penitenciária de Alcaçuz desde o último final de semana.
Mais cedo, o Batalhão de Choque da Polícia Militar entrou no presídio após cinco dias de rebelião. Quatro ônibus também chegaram no local na tarde desta quarta para iniciar a transferência de presos. O número exato de transferências, porém, ainda não foi informado.
O governo também não informou a qual facção pertencem os presos que serão transferidos. “Por questão de segurança, não vamos falar”, afirmou o major Eduardo Franco, porta-voz da Polícia Militar.
Os problemas na unidade começaram no último sábado (14), quando um confronto entre o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o Sindicato do Crime do RN deixou ao menos 26 mortos. Na segunda (16), o presídio voltou a ficar fora de controle, situação que permanecia até a tarde desta quarta.
Força Nacional
O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, anunciou nesta quarta-feira (18) a representantes de entidades sindicais de agentes penitenciários, em audiência em seu gabinete em Brasília, que o governo vai criar um “grupo nacional de intervenção em presídios”, que atuaria como uma espécie de Força Nacional voltada para as penitenciária.
O grupo seria formado por cerca de cem agentes penitenciários cedidos pelos Estados por tempo determinado. Eles atuarão sob coordenação dos Estados e terão os custos compartilhados com a União. Também foi definida a necessidade de criação de um protocolo nacional para abordagem e tratamento dos presos em situações de crise.
Esses agentes seriam destacados para entrar nos presídios em crise ou sob ameaça e fazer a triagem da massa carcerária até para localizar e separar líderes de facções criminosas que hoje dominam os presídios no país.
Folhapress
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