No mesmo dia em que as principais capitas do país tiveram protestos e greves contra a reforma previdenciária, o presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira (15) que a sociedade brasileira tem compreendido a necessidade de apoiar as medidas econômicas do atual governo.
Em discurso a uma plateia de empresários e servidores, o peemedebista ignorou as manifestações pelo país e disse que a administração federal está apontado um caminho para “salvar a Previdência Social do colapso” e para evitar cortes maiores no futuro, como ocorridos em Portugal e na Grécia.
“A sociedade brasileira, pouco a pouco, vai entendendo que é preciso dar apoio a este caminho para colocar o país nos trilhos”, disse.
Nesta quarta-feira (15), as manifestações contra a proposta do governo ocorreram em pelo menos 22 capitais estaduais e no Distrito Federal. Em um contra-ataque, o presidente iniciou estratégia para tentar neutralizar o discurso contrário à medida e blindar os partidos da base aliada de pressões populares.
O peemedebista participou de lançamento de programa de crédito para micro e pequenas empresas. No discurso, ele reconheceu ainda que a proposta original enviada pelo Palácio do Planalto para reforma previdenciária poderá ter “uma ou outra adaptação”.
Ao todo, foram apresentadas, inclusive pela base aliada, 146 emendas ao texto original que alteram pontos centrais da proposta, o que tem irritado a equipe econômica.
“Ou fazemos uma reformulação da Previdência Social agora, é claro que poderá haver uma ou outra adaptação e não podemos fazer uma coisa modestíssima, ou daqui a quatro e cinco anos termos de fazer como Portugal, Espanha e Grécia que tiveram de fazer um corte muito maior”, disse.
Em uma crítica ao governo de Dilma Rousseff, o presidente disse ainda que está praticando medidas populares, não populistas. Segundo ele, a aprovação do teto de gastos público imunizou o país contra o “populismo fiscal”.
“Com toda franqueza, tenho seguidamente feito uma distinção entre medidas populistas e populares. As medidas populistas são feitas de maneira irresponsável. Elas têm efeito imediato, cheio de aplausos, para logo depois revelar-se um desastre absoluto. As medidas populares não têm o aplauso imediato, mas têm o reconhecimento posterior”, disse.
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