A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) realizou ao longo desta segunda-feira (26/08) a oitava reunião da CPI dos Incentivos Fiscais onde os parlamentares tiveram a oportunidade de sabatinar o diretor-executivo da Adial, Edwald Portilho. Quem também prestaria depoimento, seria o ex-presidente da Caoa Montadora de Veículos, mas em justificativa prévia, alegou que estava em viagem ao exterior e não poderia comparecer. Entre outras coisas, Portilho afirmou que Goiás vive um momento de insegurança jurídica e incertezas para a realização de novos investimentos privados no Estado.
Quando indagado pelos parlamentares se os incentivos fiscais concedidos por governos anteriores trouxeram benefícios na mesma proporção para Goiás, Edwal disse que não tinha dúvidas em relação a isto.
“Acredito piamente que o sistema de incentivos contribui para o desenvolvimento do Estado. Em 1992, Goiás ocupava a 18ª posição na igualdade social no País. Atualmente perdemos apenas para Santa Catarina. Atividade agropecuária é concentradora de renda. A indústria gera muito mais empregos”, disse.
Ele fez um panorama atual do cenário industrial em Goiás. Com a instabilidade fiscal vivida no Estado, os números indicadores começam a cair. “A indústria da transformação, juntamente com a da construção civil, empregam atualmente mais de 300 mil trabalhadores no mercado de trabalho formal. Nos últimos últimos 4, 5 anos sofremos uma piora no indicador de investimentos privados no Estado. Caímos de sexto para a décima posição no indicador de desempenho de investimentos e expansão industrial no País. Temos vivido, além da recessão econômica, também um momento de insegurança jurídica, por conta do aumento da carga tributária no Estado, com a redução dos incentivos fiscais”, disse.
Edwal Portilho defendeu que a industrialização tem papel fundamental na interiorização do crescimento do Estado. “São mais de 15,5 mil indústrias, o 7º maior parque fabril do País. Temos fábricas em todas as regiões do Estado e, praticamente, em todos os municípios. Essa distribuição dos negócios é incomum no País, que tem como marca o contrário, a concentração industrial em poucas cidades”, disse.
Portilho explicou que o processo para a concessão de incentivo fiscal para uma empresa investir no Estado é transparente, passa por várias secretarias e órgãos do Estado, e auditado anualmente pelo corpo técnico da Secretaria da Economia. “Minha vida confunde muito com os incentivos fiscais em Goiás. Comecei minha carreira como pequeno produtor, mas atuei para a atração de um dos maiores investimentos privados para Goiás, que foi a Perdigão (hoje BRF). Naquela época, a indústria tinha participação de 4% no PIB de Goiás. Hoje está em 26%. A economia goiana era apenas a 15ª maior do País, hoje é a 9ª. A economia e o parque industrial de Goiás hoje ficam apenas atrás dos três Estados do Sul do País e da Região Sudoeste”, frisou Portilho.
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