Vários tópicos da conversa que teve com o empresário Joesley Batista na noite de 7 de março, no Palácio do Jaburu, voltaram para assombrar o presidente Michel Temer.
Já o que tirava o sono do peemedebista, àquela altura, era a hipótese de o Palácio do Alvorada ser alvo de assombração.
Nos minutos finais do diálogo com o dono da JBS, Temer menciona os famosos “fantasmas do Alvorada” que o fizeram voltar ao Jaburu após 11 dias morando na residência oficial dos presidentes.
Eis este trecho da transcrição do áudio divulgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal):
Temer: “Eu mudei pro outro, não aguentei, fiquei uma semana lá, aquilo é um horror. Primeiro tem embaixo, aquela coisa [inaudível] tem a parte de cima e a parte debaixo, [inaudível] tem cozinha, tem massagem, não consegui dormir, (…) a Marcela tá acordada, eu disse: ‘Vamos voltar!’ e pra Bahia três dias, e na Bahia… não aguentei, deve ter fantasma lá. É um horror.”
Joesley: “Aquilo é muito frio, aqueles vidrão muito…. como é que Dilma aguentava ficar sozinha lá?”
Temer: “Não sei…”
A família Temer retornou no começo de março ao Jaburu, casa reservada aos vice-presidentes, após passar o Carnaval numa base naval baiana. Naquele mês, o presidente explicou o motivo da mudança à “Veja”: o Alvorada era “muito amplo” e “bonito”, mas tinha uma energia “não boa” que atrapalhava seu sono -o que também era percebido por sua esposa, Marcela.
Só o filho Michelzinho, “que ficava correndo de um lado para o outro”, parecia gostar de lá, afirmou o presidente.
Uma tela de proteção foi instalada para recebê-lo, num pacote de reformas orçado em mais de R$ 20 mil.
Naquele fim de papo, em tom mais descontraído, Temer e Joesley também conversaram sobre a dieta do empresário.
Temer: “Você tá bem disposto, né, Joesley?”
Joesley: “Tô bem… reeducação alimentar, emagreci, tô bem.”
Temer: “Emagreceu.”
Joesley: “Tô me alimentando bem, comendo mais saudável. Não tô comendo pouco, não, tô comendo bastante, mas coisas mais saudáveis, menos doce, menos industrializado.”
Na ativa desde 1953, a empresa JBS engloba algumas das grandes marcas de comida industrializada do Brasil, como Seara, Swift, Friboi e Doriana. (Folhapress)
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