11 de agosto de 2024
Variedades

Em clima de retomada cultural, Vila Cora Coralina inaugura duas exposições nesta quinta- (16)

(Foto: Léoiran/Secult)
(Foto: Léoiran/Secult)

Depois de cerca de 18 meses sem receber visitantes, os espaços públicos de Goiânia retomaram, gradualmente, suas atividades com a volta de programações presenciais. Inserida dentro desta etapa de retomada cultural do Estado de Goiás, a Vila Cultural Cora Coralina, unidade da Secretaria de Estado de Cultura (Secult Goiás), já com atividades desde o mês de agosto, se prepara para a inauguração de mais duas exposições simultâneas, nesta quinta-feira (16/09).

Com participação de 11 artistas goianos de diferentes gerações, a exposição coletiva “Amparo a Astral – Goiás” irá ocupar a sala “Antônio Poteiro”, com 12 obras de pequeno, médio e grande porte, entre gravuras, pinturas, desenhos e colagens. Simultaneamente, na sala ao lado, “Sebastião Barbosa”, serão expostas cinco obras em homenagem a mulheres pretas goianienses, do artista Alex Katira.

Ambas as exposições são uma realização em parceria do Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Cultura, e da prefeitura de Goiânia, por meio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas. Com entrada gratuita, as obras podem ser visitadas pelo público até o dia 1º de outubro, das 9 às 17 horas, mediante agendamento pelo e-mail ([email protected]) ou pelo telefone (62 3201-9863).

Segundo o coordenador da Vila Cultural Cora Coralina e curador das mostras, Gilmar Camilo, coube a Vila, dentro do projeto de ocupação artística do espaço, a função de divulgar e promover as exposições que contam com trabalhos expressivos e significativos assinados por artistas goianos de significativa relevância.

Beneficente

O acervo da mostra “Amparo a Astral – Goiás” pertencente à Associação de Travestis, Transsexuais e Transgêneros de Goiás (Astral/GO), e é fruto de doações espontâneas feitas pelos seguintes artistas: Ana Carolina Cruz, Andréia Santana, Diogo Rustoff, Lauro Gontijo, Isabella Brito, Malaquias Belo, Mateus Dutra, Marcelo Solá, Nancy de Melo, Sandro Torres e Wander Von Wander, por meio de editais da Lei Aldir Blanc.

De caráter beneficente, toda a renda obtida a partir da venda das obras expostas será revertida a programas, projetos, ações e trabalhos desenvolvidos pela Astral. A comercialização das obras deve ser realizada diretamente com a organização.

Desde sua fundação, em 2000, a instituição desenvolve um trabalho sistêmico em parceria com o (SUS) Sistema Único de Saúde (SUS) de prevenção e assistência a mulheres em situação de vulnerabilidade. Atualmente, a organização é a única a tratar abertamente sobre questões ligadas ao tráfico de pessoas e a prostituição, além de realizar projetos com mulheres travestis e transexuais.

Segundo a presidente da Astral, Beth Fernandes, a instituição vive hoje a expectativa de ver expostas na Vila Cultural obras doadas por artistas goianos, e que fortalecem uma rede de apoio a projetos voltados para áreas dos direitos humanos e minorias. “A visita à Vila Cultural nesta exposição de quadros doados à Astral vai além de saborear a cultura e a arte, vai ao encontro da luta dos movimentos sociais em Goiás”, declarou a presidente.

Individual

Pela primeira vez promovendo uma exposição solo na Vila Cultural, o artista goiano de 32 anos, Alex Katira, traz a mostra “Kieza: de onde eu venho”. A iniciativa é uma homenagem às mulheres pretas goianienses, composta por cinco retratos de grandes personalidades da cidade, como Valéria da Congada e Naya Violetta, além de um vídeo com depoimentos das mulheres retratadas.

De acordo com o artista, existe, em Goiânia, uma potente identidade negra construída, entre outros fatores, pela força e atuação de mulheres pretas nos mais variados espaços. O objetivo da exposição é trazer a história de cinco dessas mulheres, que com suas próprias vivências, evidenciam o combate ao racismo, a luta pela valorização estética, cultural, religiosa e políticas das populações pretas.

Alex Katira é conhecido na cena cultural e artística de Goiânia há cerca de dezesseis anos, sempre explorando seu amor pelas manifestações tradicionais do povo goiano. Autodidata, o ilustrador e ativista usa a arte para expressar suas ideias e verdades, com traços influenciados pela mistura do estilo tradicional americano de tatuagem e de art noveau com cores e formatos brasileiros.


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