O ex-ministro da Fazenda e economista Henrique Meirelles (União Brasil-GO) que chegou a fazer pré-campanha em Goiás para o cargo de Senador pelo PSD diz que não postula ser vice na reeleição do governador Rodrigo Garcia (PSDB) em São Paulo. Em uma longa entrevista à Revista Istoé, pincela críticas ao governo do presidente Jair Bolsonaro, destaca sua atuação quando esteve à frente do Ministério da Fazenda, a importância do teto de gastos para controle da inflação em 2016 e crava que se tivesse de escolher entre Lula e Bolsonaro, escolheria o petista.
“Lula, apesar de a campanha dele estar fazendo críticas equivocadas ao teto de gastos. Comparando as gestões do Lula e a do Bolsonaro, os anos de 2003 e 2010, quando fui presidente do Banco Central, foram os melhores da história recente, com crescimento, inclusão social e responsabilidade”, destacou o economista. Quanto as críticas ao teto de gastos? “Espero que a realidade prevaleça novamente”, salienta.
O ex-ministro comentou como seria o cenário de um eventual governo liderado pelo petista. “Não há dúvida que será uma situação econômica muito difícil e que exigirá medidas fortes logo no início do governo”, destacou. Meirelles inclusive, saiu em defesa da manutenção do teto de gastos, atacada tanto por Lula quanto por Bolsonaro.
“Não vejo necessidade de nenhuma modificação no teto de gastos. A Constituição define que em 2026 ele pode ser renovado ou modificado […] O que precisa ser feito é respeitar o teto de gastos. […] O teto de gastos foi muito desrespeitado nos últimos três anos e, mesmo assim, fez efeito. Repare: nos últimos dias, a curva de juros futuros subiu porque o mercado percebeu a ‘PEC Kamikaze’ deu ao governo R$ 41 bilhões em gastos eleitoreiros fora do teto de gastos. Ficou claro que o governo está sendo leniente na política fiscal”, destacou.
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