07 de agosto de 2024
Destaque 2 • atualizado em 02/09/2020 às 18:57

Em campanha internacional, Movimento Indígena questiona: “De que lado você está? Amazônia ou Bolsonaro?”

Articulação Indígena chama Bolsonaro de ecocida e pede ajuda internacional
Articulação Indígena chama Bolsonaro de ecocida e pede ajuda internacional

“Você está sentindo cheiro de fumaça? A Amazônia está queimando. De novo […] e Bolsonaro permite isso”. Essas são as palavras introdutórias de um vídeo publicado em inglês, nesta quinta-feira (02/09) pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). A campanha iniciada pelo movimento, tem como objetivo “interromper” o “ecocídio”. “Ajude-nos a espalhar essa mensagem e pressionar aqueles que podem fazer a diferença”, escrevem em publicação no Twitter.

O vídeo com texto narrado por uma criança tem um tom alertador. Segundo o movimento, os incêndios não são naturais. “Mas esses incêndios não são naturais. Eles são sintomas de uma infecção ecológicas, criadas por corporações parasitas e ganância globalizada”. Tudo com a autorização e permissão do presidente da República, Jair Bolsonaro. “E esse crime – autorizado por Bolsonaro – é patrocinado por dólares, euros e pela ganância global”, acusa a Apib.

Para o movimento, Bolsonaro deve ser levado a sério no sentido de que empresas que tenham compromisso ambiental não se associem ao presidente brasileiro. “Nós pedimos que toda entidade consciente e responsável se distancie de Bolsonaro. Ele não é uma piada. Pará-lo é a única esperança da floresta amazônica. A hora é agora”

O movimento também pede para que as pessoas ao redor do mundo voltem seus olhos à região amazônica. E alerta que as queimadas afetam o mundo todo. “Se você que esses incêndios não vão queimar você, pense de novo. A Amazônia está em cada respiração sua. E essa forma de fazer negócios vai sufocar a todos nós. Cabe à sua geração responsabilizar os incendiários. Porque quando a Amazônia queima, tudo que você ama queima com ela”, pontua.

Por fim, o vídeo conclui apresentando um dilema: “Pergunte a si mesmo, pergunte às marcas, pergunte ao seu governo: de que lado você está? [Amazônia ou Bolsonaro]?”

Proposta polêmica

Em outubro de 2019, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo disse que queria fazer da Amazônia um polo econômico para as empresas explorarem. “Nós estamos desenvolvendo uma nova filosofia de preservação ambiental que não se restringe apenas a proteção, mas tenta encaminhar para a geração de empregos, de oportunidades”, disse à época.

Na ocasião, o presidente da República Jair Bolsonaro ainda ressaltou o interesse no assunto. “”A Amazônia é patrimônio do Brasil, não é pulmão do mundo”. “O que queremos para Estado do Amazonas e para floresta é explorar de forma sustentável”, mencionou à época.

As falas aconteceram durante o Forum de Investimentos Brasil do ano passado. Ao convidar os investidores a conhecerem a Amazônia fez uma brincadeira com as queimadas que aconteciam à época na Amazônia: “Vocês não serão queimados”, salientou.

“Gostaria de explorar a Amazônia junto com vocês”, disse Bolsonaro ao ex-vice-presidente norte-americano

Em cena revelada recentemente, em virtude do lançamento do documentário “O Forum”, o que se via era um presidente Jair Bolsonaro perdido. Dirigido pelo alemão Marcus Vetter, o documentarista foi o primeiro privilegiado a filmar os bastidores dos chefes de estado durante o Fórum Econômico Mundial, em janeiro de 2019.



A cena mostra o democrata e ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore abordando Bolsonaro. Feitas as introduções e devidas apresentações com direito à um momento constrangedor quando norte-americano disse ser amigo de Alfredo Sirkis, jornalista especialista em meio-ambiente. “No passado, fui inimigo de Sirkis na luta armada”, respondeu Bolsonaro, após pontuar que a luta armada deveria ser revisitada.

Al Gore pontua sua preocupação com a Amazônia, haja vista que o contexto era de queimadas que preocupavam todo o mundo. “A Amazônia não pode ser esquecida. Temos muitas riquezas. E gostaríamos muito de explorá-las junto com os EUA”, responde Bolsonaro. Al Gore, mesmo com um intérprete traduzindo o português de Bolsonaro perfeitamente, devolve: “Não entendi muito bem o que você quis dizer”.


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