Em sua primeira viagem ao exterior como presidente da França, Emmanuel Macron se reuniu nesta segunda-feira (15) em Berlim com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel.
No encontro, os dois líderes indicaram a possibilidade de revisar os tratados da União Europeia para revitalizar o bloco regional -a relação com a UE foi um dos temas predominantes da eleição na França, dividindo o eleitorado.
“Estou feliz por podermos trabalhar juntos em um plano comum para [reformar] a União Europeia e a zona do euro”, declarou Macron em entrevista coletiva conjunta. “No passado, o tema das mudanças de tratados era um tabu francês. Esse não será mais o caso.”
Para Macron, que tomou posse neste domingo (14) após derrotar nas urnas a candidata eurocética Marine Le Pen, há diversas áreas em que pode haver maior cooperação entre os países da UE, como a política para refugiados e o comércio bilateral.
“Precisamos de mais pragmatismo, menos burocracia e uma Europa que proteja nossos cidadãos”, disse o líder francês.
Por sua vez, Merkel afirmou que “do ponto de vista alemão, é possível mudar os tratados se houver necessidade”. “Primeiro, devemos trabalhar no que queremos mudar, e caso seja necessário uma mudança de tratado, então estaremos preparados para fazê-lo.”
“Cada um de nós representa os interesses de seu próprio país, mas os interesses da Alemanha são naturalmente ligados aos interesses da França”, acrescentou a chanceler alemã.
Dívida
Macron também usou o encontro para acalmar a Alemanha, que tinha a preocupação de que o líder francês ressuscitasse a proposta de que a UE emitisse títulos de dívida de modo a assumir a responsabilidade pelas dívidas de países mais fracos da zona do euro.
“Eu nunca defendi [a ideia dos] ‘Eurobonds’ [títulos de dívida da UE] ou a mutualização de dívidas existentes na zona do euro”, afirmou Macron, sem descartar, porém, a possibilidade de usar esse mecanismo em projetos futuros.
Durante as negociações regionais sobre a dívida da Grécia, em 2015, Macron, que na época era ministro da Economia da França, defendeu soluções que evitassem a sobrecarga das finanças do país.
Sua posição, alinhada à do governo grego, acabou derrotada pelos credores europeus e pelo governo alemão, que exigiram da Grécia a aplicação de políticas de austeridade para evitar um eventual calote da dívida externa. (Folhapress)
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