07 de agosto de 2024
Na Europa

Em Berlim, Lula diz que quer desmatamento zero na Amazônia até 2030

O presidente também reforçou que não desistirá do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia
Ao lado do primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, Lula reforçou a defesa da floresta amazônica. (Foto: Ricardo Stuckert)
Ao lado do primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz, Lula reforçou a defesa da floresta amazônica. (Foto: Ricardo Stuckert)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a falar sobre o desmatamento na Amazônia nesta segunda-feira (4). Em Berlim, o chefe do Executivo brasileiro conversou com a imprensa ao lado do primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz e falou: “Em 2030, eu quero entregar ao mundo desmatamento zero na Amazônia para que as pessoas saibam que é possível cuidar do planeta.”

Na ocasião, ambos assinaram declaração conjunta de intenções para realização de projetos que visam, entre outras medidas, uma transformação ecológica socialmente justa, com projetos que gerem emprego e renda no Brasil e ampliem janelas de cooperação entre empresários dos dois países.

Após participarem da II Reunião de Consultas Intergovernamentais de Alto Nível Brasil-Alemanha, os dois líderes fizeram declaração conjunta à imprensa na qual confirmaram o alinhamento em temas diversos. Entre os quais, a promoção de industrialização verde, agricultura de baixo carbono, a bioeconomia e a meta de desmatamento zero até 2030.

Scholz iniciou a fala aos jornalistas destacando a parceria entre os dois países em torno da sustentabilidade e elogiou o empenho direto do presidente brasileiro com a preservação ambiental. “Sob sua orientação, a proteção das florestas se tornou novamente prioridade”, disse. Ele também defendeu que o processo da transição ecológica resulte em geração de empregos no Brasil, com maior processamento de matéria-prima pela indústria brasileira.

O presidente Lula também aproveitou a ocasião para reforçar que não desistirá do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia (UE). Aprovado em 2019, após mais de 20 anos de negociação, o acordo vem enfrentando resistência de alguns países, como a França, para que seja colocado em vigor.

A próxima Cúpula do Mercosul será quinta-feira (7), no Rio de Janeiro, sob a presidência do Brasil. É um momento decisivo já que, em 10 de dezembro, Javier Milei assumirá a presidência da Argentina. Em discursos durante a campanha, Milei se manifestou contra o acordo e pela saída do seu país do Mercosul, o que dificultaria a conclusão das negociações com o bloco europeu. 

“Reiterei ao chanceler a expectativa [de] que a União Europeia decida se tem, ou não, interesse na conclusão de um acordo equilibrado. No contexto de fragmentação política, a aproximação de nossas regiões é central para construção de um mundo multipolar e o fortalecimento do multilateralismo”, disse. 

Neste domingo (3), Lula afirmou que, se não houver o acordo comercial, não será por falta de vontade dos sul-americanos, mas por protecionismo dos europeus. Na última semana, durante a Conferência do Clima, em Dubai, nos Emirados Árabes, Lula se encontrou com o presidente da França, Emmanuel Macron, na tentativa de avançar com a negociação. 

A Alemanha apoia a celebração do acordo. O chanceler Olaf Scholz disse que está envidando “esforços adicionais” para que o acordo concluído. Para entrar em vigor, o tratado precisa ser aprovado pelo Conselho Europeu e pelo Parlamento Europeu, além de ser ratificado pelos parlamentos de todos os países do Mercosul e da União Europeia. “Peço a todos os envolvidos que façam prova de pragmatismo e que estejam dispostos a celebrar soluções de compromisso”, completou. 

Com informações da Agência Brasil


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