O governador Ronaldo Caiado expôs os resultados obtidos por Goiás na segurança pública, sobretudo no controle do sistema penitenciário, durante uma audiência pública sobre “a separação de presos por facções criminosas”, realizada na Câmara dos Deputados, em Brasília. Ele participou do evento de forma remota.
A audiência reuniu autoridades e especialistas na área para discutir a forma como os faccionados cumprem pena no Brasil, bem como propor estratégias de comando interno para combater o crime organizado.
Propositor da audiência pública, o deputado federal Capitão Alden (BA) assina um projeto de Lei que defende “alinhar o sistema prisional brasileiro ao que prevê a legislação, separando presos apenas por critérios legais e objetivos”, e não por facções. O parlamentar convidou Caiado para fomentar o debate, apresentando as “boas práticas” adotadas em Goiás para garantir a ordem e impedir o comando de crimes a partir dos presídios, conforme divulgou o governo estadual.
Primeiro a falar, Caiado apontou medidas de sua gestão para o êxito do controle penitenciário: isolamento de lideranças criminosas; rigor na inspeção do que entra e sai dos presídios; suspensão de visitas íntimas a faccionados; trabalho integrado das forças de segurança e os programas de reinserção social.
“Em Goiás, quem manda é o Estado, não a facção”, garantiu o governador.
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Polícia Penal tem destaque de Ronaldo Caiado
Ronaldo Caiado lembrou da criação da Polícia Penal e do preparo de seus integrantes para a função.
Ele também mencionou a oferta de oportunidades aos que demonstram interesse em aprender uma profissão: “Você chega numa penitenciária em Goiás, ela é limpa, asseada, está cada um cumprindo sua pena. Os que querem ressocializar e estudar, estão fazendo isso”, comentou, citando a parceria do Estado com a iniciativa privada na manutenção de galpões que ensinam noções de oficina mecânica, marcenaria, construção civil, confecção, entre outros. “Goiás hoje é um exemplo dessa ressocialização”, frisou.
“Os faccionados, responsáveis pela hierarquia dentro do crime, são 100% isolados e não têm acesso algum para continuar determinando regras, como era anteriormente. Para terem ideia do quanto tem surtido efeito, no momento em que organizamos o sistema penitenciário de Goiás, conseguimos levar a criminalidade a patamares ínfimos, insignificantes”, pontuou.
Conforme os dados oficiais, de 2019 a 2024, o Estado investiu mais de R$ 350 milhões no sistema penitenciário goiano, recurso empregado na aquisição de veículos e armamento; reforma e construção de unidades; compra de computadores, mobiliário e artigos hospitalares, entre outros.
Críticas à PEC do Susp
A audiência também abriu espaço para discussão de outros tópicos. Durante sua participação, o governador fez críticas à PEC do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) e ao uso de câmeras em fardas policiais.
Caiado disse que o colapso da segurança no Brasil é tão grande que o País “caminha a passos largos para um processo de narcoestado”. Ele ainda lamentou que, depois de tantos anos, a sensação de insegurança tenha entrado no radar das pesquisas como sendo uma preocupação para os brasileiros.
Durante o evento, o deputado federal Alberto Fraga afirmou que “Caiado deu o exemplo do que pode ser feito no Brasil”, uma referência à segurança pública do Estado. “Estivemos lá e eu saí encantando com o que eu vi. O que falta às autoridades brasileiras é coragem, coisa que não faltou ao governador Caiado”, enfatizou o parlamentar, que é coordenador da Frente Parlamentar de Segurança Pública.
Além do governador goiano, participaram da audiência pública a professora da Universidade Federal do ABC, Camila Nunes Dias; a deputada federal Delegada Ione; o diretor de Inteligência Penal da Secretaria Nacional de Políticas Penais, Antônio Glauter; o juiz de Direito Douglas de Melo Martins; e o pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do CNPQ, Murilo Ribeiro de Lima.
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