24 de dezembro de 2024
Economia

Em 2017, preço do gás de cozinha teve maior alta em 15 anos

O preço do botijão de gás teve em 2017 a maior alta desde 2002. Já os preços da gasolina e do diesel, apesar dos frequentes reajustes da Petrobras, subiram mais em 2015, quando a ex-presidente Dilma Rousseff pôs fim a um período de represamento dos preços.

De acordo com os dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o preço médio do botijão de gás em dezembro de 2017 chegou a R$ 66,53, alta de 16,39% com relação ao verificado no mesmo mês de 2016, já descontando a inflação no período.

Aumento maior do que esse, só em 2002 (34%). Naquele ano, assim com em 2017, a Petrobras inaugurou uma política de acompanhamento mais próximo das cotações internacionais dos combustíveis.

A estratégia, porém, foi suspensa em meados do ano, após reclamações do então candidato à presidência, José Serra, quanto ao impacto eleitoral dos frequentes aumentos.

Em novembro, após seis aumentos seguidos, a Petrobras também decidiu rever sua política de reajustes para o combustível, iniciada em junho, alegando que ela repassa ao consumidor impactos sazonais, como o aumento das cotações externas devido ao inverno no Hemisfério Norte.

A nova política ainda não foi divulgada, mas a empresa já admitiu em nota que recompensará parte das altas já estabelecidas. A expectativa é que o produto não sofra alterações este mês -normalmente, os ajustes ocorrem até o dia 5.

A política anterior levava em consideração as cotações do butano e do propano (gases usados para fazer o gás de cozinha) no leste europeu, além de uma margem de lucro para a estatal.

Desde que foi adotada, o preço do produto para envase em botijões de 13 quilos subiu 67,8% nas refinarias. O gás para botijões chegou a ficar congelado por 13 anos, como estratégia dos governos petistas para segurar a inflação.

Os dados da ANP mostram que o preço médio da gasolina no país em dezembro chegou a R$ 4,085 por litro, alta de 6,53% em relação a dezembro de 2017, já descontada a inflação.

Ao longo de 2017, quando iniciou uma política de ajustes diários, a Petrobras promoveu 119 mudanças no preço, tanto para cima como para baixo, mas o principal impacto foi do aumento das alíquotas de PIS/Cofins promovidas pelo governo Michel Temer no fim de julho.

Foi a terceira maior alta anual desde 2001, quando os dados começaram a ser compilados, perdendo para 2015 (8,42%) e 2004 (7,74%).

Há dois anos, em um esforço para tentar reverter a crise fiscal, a ex-presidente Dilma liberou a Petrobras para promover reajustes e, assim como em 2017, aumentou impostos sobre os combustíveis -a alíquota da Cide, que estava zerada, subiu para R$ 0,22 por litro.

A medida foi tomada após dois anos de represamento de preços, hoje alvo de investigação na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que acusa ex-conselheiros e ex-executivos da empresa de ignorar prejuízos à empresa para ajudar na campanha pela reeleição de Dilma.

Para do diesel, a alíquota foi para R$ 0,15 e, somando reajustes autorizados pelo governo, elevou o preço em 8,5%, descontando a inflação. Foi o terceiro maior desde 2001 -em 2002, foram 38% e em 2004,

Em 2017, o diesel, subiu 7,10%, também descontando a inflação, chegando a um preço médio de R$ 3,32 por litro em dezembro.

Procurada, a Petrobras não quis comentar a mudança na política de preços de GLP, alegando que ainda não está pronta. Em entrevista para detalhar o balanço do terceiro trimestre, o presidente da companhia, Pedro Parente, disse que a política de reajustes diários garante rentabilidade e competitividade para enfrentar importações.

Os preços de venda da companhia representam cerca de 30% do preço final do produto nas bombas.


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