Em 2015, apenas sete dos 5.570 municípios do país respondiam por aproximadamente 25% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas as riquezas produzidas no país): São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Manaus. Palmas foi a capital com o menor PIB.
Os dados constam da pesquisa Produto Interno Bruto – PIB dos Municípios 2010-2015, que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga hoje (14). Os números indicam que, em 2015, esses sete municípios concentravam cerca de 14,3% da população brasileira, estimada na época em pouco mais de 204 milhões de pessoas.
A pesquisa do IBGE mostra desigualdades regionais, tanto do ponto de vista da concentração das riquezas quanto da distribuição entre a população. Indica, por exemplo, que em 2015, os dez municípios com os maiores PIB per capita somaram 1,3% de todo o produto brasileiro e apenas 0,1% da população do país.
O Produto Interno Bruto do Municípios 2010-2015 é um levantamento desenvolvido pelo IBGE em parceria com os órgãos estaduais de estatística, as secretarias estaduais de Governo e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e tem como referência o ano de 2010.
Maior PIB
O maior PIB per capita de 2015, que na média do país chegou a R$ 29,323 mil, foi o do município Presidente Kennedy, no Espírito Santo, com R$ 513,134 mil. Em seguida, pela ordem vêm os municípios de Paulínia e Louveira (ambos em São Paulo, com respectivamente, R$ 276,972 mil e R$ 271, 206 ); Triunfo (RS); Selvíria (MS); Gavião Peixoto e Ilha Bela (ambos também em São Paulo); São Francisco do Conde (BA); São João da Barra (RJ); e Araporã (MG). Na outra ponta, Novo Triunfo, na Bahia aparece como o município de menor renda per capita entre todos os 5.570 municípios da Federação: R$ 3 369,79.
Segundo o levantamento do IBGE, quando agregados, os 64 municípios de maior PIB concentram aproximadamente a metade do PIB nacional e 33,3% da população. Em contrapartida, os 1.353 municípios que em 2015 pertenciam à última faixa de influência sobre as riquezas do país, responderam por aproximadamente 1% do PIB e concentraram apenas 3,2% da população.
Encontravam-se nessa situação 73,2% dos municípios do Piauí, 59,6% dos municípios da Paraíba, 51,8% dos municípios do Tocantins e 48,5% dos municípios do Rio Grande do Norte. Para o IBGE, isso “mostra a concentração e a difusão espacial da geração do PIB brasileiro”.
A pesquisa revela que entre 2010 e 2015 não ocorreram alterações significativas entre os maiores municípios, “visto que juntos, os sete maiores correspondem a, aproximadamente, um quarto do PIB nacional e, entre eles, os cinco primeiros se mantiveram na mesma posição ao longo da série”.
Excluindo-se as capitais, 10 municípios geravam, individualmente, mais de 0,5% do PIB e juntos, chegavam a agregar 7,4% do Produto Interno Bruto do país em 2015. Desses 10 municípios, os sete primeiros têm em comum a integração entre a indústria e os serviços e são quase todos paulistas: Osasco, que gerou 1,1% em 2015; Campinas e Guarulhos, com 0,9% cada; Barueri, com 0,8%; São Bernardo do Campo e Jundiaí, com 0,7% cada; e São José dos Campos, com 0,6%. Em seguida, estão os municípios do Estado do Rio de Janeiro: Duque de Caxias e Campos dos Goytacazes, ambos com 0,6%, e Sorocaba, também em São Paulo, com 0,5%.
Os números mostram que em 2015, 3.170 municípios (o equivalente a 56,9% do total) tinham como principal atividade econômica a administração, defesa, educação, a saúde pública e seguridade social. Excluindo o serviço público, a agropecuária era a principal atividade econômica em 3.129 municípios – o equivalente a 56,2% do total.
Se em 2015 apenas 25 municípios concentravam em torno de 37,7% do PIB do país, por outro lado os municípios fora das capitais eram responsáveis por 66,9% deste total. Os números revelam ainda que entre 2014 e 2015 os municípios do Rio de Janeiro perderam participação na economia brasileira.
Os dados do IBGE indicam que entre 2002 e 2015, em 20 dos 26 estados da Federação o PIB per capita das capitais perdeu participação no PIB nacional, chegando a cair no período 2,9 pontos percentuais. A participação dos municípios fora das capitais subiu de 63,9% para 66,9% do PIB, um avanço de 3 pontos percentuais.
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