O vice-presidente da CELG D, Elie Chidiac, definiu, ao Diário de Goiás, como “salvação” da empresa a assinatura do empréstimo de R$ 1,9 bilhão que deve auxiliar a sanear a companhia, que terá 51% de suas ações repassadas ao governo federal. O contrato foi assinado ontem (02). Uma coletiva foi marcada pela assessoria de imprensa do governo estadual para a assinatura do contrato mas foi cancelada e o documento foi assinado à noite.
Confira entrevista com o vice-presidente da Celg D e diretor financeiro da CelgPar, Elie Chidiac.
Por que o contrato foi assinado ontem?
Elie Chidiac: A previsão era de que o contrato fosse assinado ontem. Na verdade, prevíamos a assinatuna antes, mas só ontem chegou a última versão do contrato. Coisas jurídicas tem que ser preservadas, legislação, trâmites no Estado, na empresa e nas Procuradorias Gerais.
Quais serão os próximos passos?
Elie Chidiac: O contrato foi assinado pela CelgPar, Celg D e dois diretores indicados pela Eletrobras. Agora, o contrato vai ser assinado pela Caixa Econômica Federal e ser referendado pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional.
Qual é a expectativa para a entrada do dinheiro na conta da empresa?
Elie Chidiac: Pessoalmente, eu desconheço os trâmites, mas imagino que seja o mesmo trâmite de uma conta bancária convencional. A gente espera que seja ainda nesta semana, no mais tardar na semana que vem. Eu estaria especulando se te falar que conheço tudo.
Isso conclui a federalização da empresa?
Elie Chidiac: Não, são coisas distintas. A federalização é a alienação de 51% da Celg D. A Celg é dividia em CelgPar e a Celg Holding, que é 100% do Estado de Goiás. Abaixo dela tem mais duas empresas, a Celg Distribuição (Celg D), que faz a distribuição de energia, e a Celg Geração e Transmissão. O que tem alienação de 51% das ações para o Governo Federal e a Eletrobras é a Celg D. O governo de Goiás ainda fica com metade da empresa e 3 diretores dos 7 possíveis, ou seja, a Celg é dos goianos, e ainda fica com a Celg Geração e Transmissão, que é uma empresa lucrativa para Goiás. O Estado vai alienar 25% de sua matriz energética, essa é a estrutura atual da Celg.
A federalização foi um processo, pois nós rodamos o mundo buscando investidores da área energética, tentando recuperar o equilíbrio financeiro e econômico da empresa, mas infelizmente o desequilíbrio de R$ 7 bilhões é muito alto. Para recuperar esse valor seriam necessários no mínimo 15 anos de reestruturação e não tínhamos esse tempo, já que a concessão acaba em julho de 2015. Então nenhum investidor vai colocar dinheiro na empresa sabendo que a concessão está perto do fim.
A empresa estava sangrando de uma maneira que os indicadores de qualidades estavam piorando. Por causa desse desequilíbrio econômico financeiro, especialmente no período de 2007 a 2010, o sistema físico da empresa foi muito degradado. Sofremos uma grande intervenção pela caducidade, que é o governo federal retirar a concessão sem esperar o fim dela . O que nos preocupou foram os funcionários da empresa, que entre diretos e indiretos somam 7 mil trabalhadores. Então o empréstimo foi a salvação, além de manter os postos de trabalho, vai prorrogar a concessão por mais 30 anos.
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