22 de novembro de 2024
CRÍTICAS APROVADAS

Eleitores bolsonaristas concordam com críticas de Lula a Campos Neto e política de juros do BC

Pesquisa aponta que 51% dos entrevistados que votaram em Bolsonaro concordam com as críticas de Lula dirigidas à política de juros do BC; no universo geral, 66% apoiam ataques a Campos Neto
Críticas de Lula em entrevistas dirigidas à política de juros são bem vistas, mostra pesquisa - Foto Joédson Alves / Agência Brasil
Críticas de Lula em entrevistas dirigidas à política de juros são bem vistas, mostra pesquisa - Foto Joédson Alves / Agência Brasil

A maioria dos bolsonaristas, os eleitores que votaram no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022, concordam com as críticas feitas nas últimas semanas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. A opinião foi apurada por pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (10).

Leia mais dados da pesquisa: Com 54%, Lula tem maior aprovação do ano, chegando a 69% entre os que ganham até 2 mínimos

A mesma pesquisa que deu a Lula maior aprovação e menor desaprovação, destoa da avaliação da população sobre a economia, que se mantém negativa, com pequenas oscilações. Nesse aspecto, entram também as críticas ao Banco Central.

Bolsonaristas concordam com críticas de Lula

A pesquisa aponta que 51% dos entrevistados que votaram em Bolsonaro concordam com as críticas de Lula dirigidas à política de juros do BC. Os bolsonaristas que não concordam somam 36%. Outros 13% não souberam ou não responderam. Já entre os eleitores de Lula, 77% disseram concordar e 16%, não. 

Do total de entrevistados, dois terços (66%) responderam concordar com as afirmações de Lula contrárias à política de juros para a instituição, enquanto 23% discordam e 11% não sabem ou não responderam. 

Falas impactantes também têm aprovação

A pesquisa indica que a população de modo geral concorda com algumas falas impactantes e recentes do presidente aos meios de comunicação. Diante da última decisão do Copom, de manter a taxa básica de juros a 10,50%, Lula passou a dar mais entrevistas e centralizou as críticas dirigidas ao presidente do BC, a quem atribui “um viés político”. Campos Neto foi indicado pelo ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, radical opositor de Lula.

Entre as falas do presidente, a de que os salários deveriam subir todo ano acima da inflação (90%), que os juros no Brasil são muito altos (87%) e que as carnes consumidas pelos mais pobres deveriam ser isentas de impostos (84%).

Inclusive, para 53%, falas de Lula não foram a principal razão da alta do dólar, enquanto 34% consideram que foram sim. Para 67% o governo não deve satisfação ao mercado, mas aos mais pobres, contra 29% que pensam o contrário.

Governo está melhor, mas economia piorou, apontam eleitores

Enquanto a pesquisa aponta que Lula avançou para 54% na aprovação, aponta também que nos últimos 12 meses a situação econômica piorou na opinião de 36% dos entrevistados. Os que acham que melhorou somam 28%, e os que consideram que a economia ficou igual somam 32%.

Poder de compra caiu para 63%

No mesmo período, o poder de compra dos brasileiros diminuiu para 63%, aumentou para 21% e ficou igual para 14% dos entrevistados.

Além disso, 61% apontam alta nas contas de água e luz, nos preços dos combustíveis (44%) e dos alimentos (70%) no último mês.

Já para os próximos 12 meses, a expectativa de 52% é de que a economia melhore, contra 27% que esperam piora e 18% que não acreditam em mudança no panorama econômico.

Saúde continua liderando preocupação dos brasileiros

Em relação às maiores preocupações da população, houve pouca mudança em relação à pesquisa de maio. Saúde segue no topo do ranking, com 15%, seguido por economia/crise/inflação (12%), violência/criminalidade (12%), desemprego (9%), fome (10%) e corrupção (10%).

Dados técnicos da pesquisa

A pesquisa foi realizada entre os dias 5 e 8 de julho. Foram 2.000 entrevistas presenciais com eleitores de 16 anos ou mais. A margem de erro estimada é de 2 pontos percentuais e o índice de confiança é de 95%. As margens de erro dos grupos sociodemográficos estão informados na página 4 do relatório.


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