05 de dezembro de 2025
Eleições 2026 • atualizado em 26/11/2025 às 18:38

“Eleitor quer soluções e nisso Caiado é muito forte”, diz marqueteiro da pré-campanha presidencial

Responsável pela pré-campanha de Caiado, marqueteiro Paulo Vasconcelos afirma que eleitor busca resultados concretos e vê no governador “o melhor produto do país”
Responsável pela pré-campanha, Paulo Vasconcelos diz que eleitor está mais pragmático e busca gestores com histórico de resultados. Foto: Reprodução.
Responsável pela pré-campanha, Paulo Vasconcelos diz que eleitor está mais pragmático e busca gestores com histórico de resultados. Foto: Reprodução.

O publicitário Paulo Vasconcelos, nome conhecido no marketing político nacional, afirmou nesta quarta-feira (26), em entrevista à Rádio Difusora de Goiânia, que o eleitor brasileiro está menos orientado pela polarização ideológica e mais interessado em resultados concretos. Responsável pela pré-campanha presidencial do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), ele definiu o goiano como “o melhor governador do Brasil disparado” e argumentou que seu desempenho administrativo é o principal ativo para 2026.

O eleitor quer entregas. Quer saber o que melhora a vida dele, e nisso Caiado tem atributos muito fortes”, ressaltou. Vasconcelos, que já atuou em campanhas de nomes como Aécio Neves, Cláudio Castro e Eduardo Noman, disse que ele próprio pediu para trabalhar com Caiado, e não o contrário. “Gosto da plataforma e da forma como ele resolve problemas. O Brasil precisa de experiência, coragem e resultados”, afirmou.

Produção de peças e estratégia digital

Segundo o marqueteiro, a pré-campanha ainda está em fase inicial. Nesta semana, ele começou a gravar as inserções do União Brasil que irão ao ar em dezembro, já com “um olhar mais estratégico” para o próximo ano.

Ele ponderou que, até março, quando Caiado definirá sua permanência ou saída do partido, o cenário estará mais claro. “A política hoje é decidida por presidentes de partidos, porque financiamento privado não existe mais. Isso desloca o peso das articulações. Mas Caiado é muito querido fora de Goiás. São Paulo, Minas… as pessoas o reconhecem”, disse.

Para ele, o desafio de ampliar o conhecimento nacional sobre o governador passa, necessariamente, por investimentos na internet. “A mídia tradicional não é obrigada a abrir janelas para pré-candidatos. A porta de entrada é a internet impulsionada, não a orgânica. E isso demanda estrutura.”

Vasconcelos também citou a pesquisa Atlas, de outubro, em que Caiado aparece com 15%. “Há forte influência da internet nesses dados. É de lá que vem a primeira onda de visibilidade”. Confira a entrevista completa:

Jordevá Rosa: Como se deu a contratação do senhor e qual é o trabalho desta fase da pré-campanha?
Paulo Vasconcelos:
Temos pequenas etapas a cumprir ainda este mês. O trabalho do governador Caiado e da equipe é um dos melhores que conheço no Brasil. Agora em dezembro teremos inserções do União Brasil, nas quais ele será protagonista. Vamos gravar as peças na próxima semana, já com um olhar estratégico para 2025. Depois vem o recesso natural: Papai Noel nos vence, as férias chegam, e só voltamos a falar quente de política em meados de janeiro.

Isadora Picolo: A presença de outros nomes da direita, como Tarcísio de Freitas, pode prejudicar Caiado?
Paulo:
Não. Ele seguirá independentemente. Vocês têm o melhor governador do Brasil disparado. Faço isso há 40 anos e posso dizer: não fui contratado; pedi para trabalhar para ele. Gosto da plataforma e da forma como ele enfrenta problemas. O Brasil precisa de experiência e coragem.

Vassil Oliveira: Tornar-se conhecido nacionalmente é um desafio. Qual é a estratégia?
Paulo:
Há duas potências: mídia de massa: rádio e TV, que não são obrigadas a abrir espaço para pré-candidatos, e internet impulsionada, que é a porta de entrada na cabeça do eleitor. A pesquisa Atlas, de outubro, mostrou Caiado com 15%, e a internet influencia fortemente esse resultado.

Jordevá Rosa: Diante dessa situação, Goiás, por exemplo, quando a gente fala de segurança pública, nós somos exemplo. Basta a gente ver o que aconteceu no Rio de Janeiro, o que está acontecendo na Bahia, em São Paulo, organizações criminosas e por aí afora vai. De que forma vocês pretendem levar isso para o restante do Brasil como um ponto de diferença?

Paulo: A sociedade ainda não sentou à mesa, não acordou, para as escolhas de um pré-candidato que tenha, de fato, resultados que deem a ela expectativas, sonhos e esperanças. Hoje, a gente vê uma quadra muito especial. Temos a prisão do ex-presidente Bolsonaro, temos todo esse barulho que esse assunto causa, mas que tira a atenção do eleitor para aquilo que de fato interessa a ele.

As eleições do ano que vem terão o tempero do ex-presidente Bolsonaro, mas não mais decisivo. Não porque ele está sendo preso; isso já vinha acontecendo. Na eleição do Fuad, no ano passado, em Belo Horizonte, ele era base do Lula e o Lula não foi lá.

Eu recomendei que não fosse. Na eleição do Cláudio Castro, em 2022, que foi feita por mim, eu recomendei que ele não gravasse nenhum vídeo com Bolsonaro. O eleitor começa a sair de 18 anos querendo saber entregas, o que você pode fazer para melhorar a minha vida.

E nisso o Caiado tem atributos muito fortes. A gente sabe, naturalmente, que o principal adversário dele hoje, o mais citado pela mídia paulista e carioca, é o Tarcísio. Como é que está a segurança em São Paulo?

Como é que nós vamos discutir isso lá na frente? Nós não precisamos ter muito tempo de TV para discutir isso. São provas tomadas pelo PCC.

Vassil: A movimentação do Centrão por Tarcísio é um obstáculo?
Paulo:
É um desafio, claro. Mas Caiado articula bem. A pré-campanha é financiada hoje pelo União Brasil até março, quando ele decide se fica ou não. Ele é querido fora de Goiás. Caminhei com ele em São Paulo e Minas, as pessoas reconhecem a figura, mesmo sem lembrar o nome.

Jordevá: Caiado deve se aproximar ou se desvincular da imagem de Bolsonaro?
Paulo:
Ele nunca dependeu de Bolsonaro para chegar onde chegou. Sempre teve independência. Mas defende a anistia parcial e tem compromisso com esse eleitor raiz, que representa de 15% a 20%. Como candidato de direita, dialoga com esse público mas, diferente de Tarcísio, ele não é só isso.

Vassil: Se mudar de partido, pode perder tempo de TV. Isso inviabiliza?
Paulo:
Não. Seria triste porque adoro TV e rádio, mas é possível. Fiz campanha em Belo Horizonte com 28 segundos por dia. Para presidente é diferente, claro, mas com dois minutos de TV dá para fazer estrago.

Isadora: Como torná-lo conhecido pelo cidadão comum de outros estados?
Paulo:
Primeiro, acompanhá-lo ele acorda cedo, dá entrevistas, toma decisões o dia inteiro. O desafio é usar internet impulsionada, dar entrevistas e circular. Ninguém será conhecido antes da campanha. Mas, quando o eleitor olhar para três ou quatro nomes, Caiado estará entre os três. E então virão os debates, as polêmicas, a visibilidade.

Jordevá: Obrigado pela entrevista. Podemos contar com sua presença outras vezes?
Paulo:
Combinadíssimo. Foi minha primeira entrevista na pré-campanha, por isso não vou esquecer. E começar no rádio é sempre especial.


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