O prefeito de Quirinópolis, Odair Rezende, anunciou na tarde de ontem, 23, que vai sair do Dem. Segundo ele a decisão na verdade é por que ele se sente “expulso do partido” pelas últimas decisões tomadas pelo presidente da sigla o senador Ronaldo Caiado.
Odair que já foi vice-presidente do PFL, destaca que não entende a aliança entre o Dem e o PMDB, ele lembrou que já expulsou pessoas do partido por que estavam aliadas com integrantes do PMDB.
Acompanhe a entrevista:
DG: O senhor pediu a desfiliação do Democratas?
Odair: Uai se o Ronaldo Caiado for para o PMDB eu continuo no Dem, mas pelo visto ele não sair né. Já que ele quer uma parceria com o PMDB, o Democratas foi criado, o PFL foi criado para fazer oposição ao PMDB não é assim. Agora ele pensando somente nele e na eleição para governador, está querendo que a gente faça aliança com o PMDB também. Ai não tem jeito.
Nossa tradição é oposicionista, como ficam aqueles discursos que ele fez contra o PMDB, de vender a usina de Cachoeira Dourada, quebrar a CELG, BEG, Caixego, foi isso que foi fortalecendo a gente para ficar na oposição, agora tudo que ele falou naquela época, agora ele está com a mesma turma.
DG: O senhor já comunicou o presidente do partido.
Odair: Na verdade, na semana passada, uma entrevista ele a coluna Giro, do Jornal O Popular, ele (Caiado) disse que “quem não comungasse com as ideias de coligações de apoiar o PMDB nas próximas eleições, ele não ia liberar legenda né , ou seja, hoje eu me sinto expulso do partido, eu me sinto expulso do Dem, como você fica em um partido que você não tem como fazer aliança com o PMDB.
Na verdade, a conta dele é a seguinte, são 15 prefeitos no nosso partido, nanico, que está praticamente acabando, agora acaba com o resto e ele troca pelos prefeitos e vereadores do PMDB e dos partidos da coligação com o PMDB.
DG: O senhor já definiu para qual partido vai?
Odair: Olha o governador me convidou para ir para o PSDB. Na verdade, é o seguinte nós estamos no Democratas, mas eu sempre acompanhei o Marconi. Nós prefeito somos bem atendidos pelo prefeito, então nós temos uma boa relação com o governo. Sou do Democratas, mas não fui muito obediente também, não apoiei Demostenes para governador (em 2006) não apoiei agora não apoiei o Iris (em 2014).
Nós temos essa tradição nossa de UDN, Arena, PDS, PDC, depois o PFL e o Democratas. Como no interior a gente convive com os nossos adversários, ele não está olhando esse lado nosso, ele (Caiado) está querendo ficar bem para ele não tem problema nas campanhas futuras para não ter nenhum prefeito do PMDB pressionado ele, então ele decidiu fazer o seguinte, se vocês quiserem ficar no Democratas vocês ficam, mas para isso tem que estar alinhado com os compromissos dele.
Eu nunca fui de troca de partido, na verdade lá em Quirinópolis a gente não precisa de partido para ser eleito, tem nossa história lá, mas a gente precisa do partido para lançar candidatura. Sair dessa maneira é ruim, nunca fui ouvido, no ano passado o presidente tinha que ter ouvido a base, mas não é de acordo com as necessidades dele.
Eu acho que o ideal seria ele ir para o PMDB, e deixar a gente a vontade para ser oposição ao PMDB. Ele quer apoio do PMDB para ser eleito, ele só tem chance de chegar a algum lugar se tiver apoio do PMDB, então ele pode ir direto pra lá.
Esse negócio de radicalismo ele não funciona, eu não falo nada da moral dele, acredito que ele seja um bom parlamentar, mas se ele tivesse exercido algum cargo do executivo ele pensaria e teria o comportamento diferente. Mas tem politico que só convive com raiva, com oposição, não dá conta de ser governo, afinal para ser governo você tem que ter tolerância, paciência, entender os nãos né .
DG: O senhor é candidato a reeleição?
Odair: Olha ainda não definimos não, eu tive um problema familiar, perdi um filho, então ainda estamos avaliando. Mas eu fico chateado é por causa da maneira que a agente tem que sair do partido para deixar o presidente a vontade. Eu já fui vice-presidente na época do PFL, em 1995, e expulsei gente do Democratas porque estava aproximando do PMDB a mando do presidente do partido, o hoje senador Ronaldo Caiado.
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