O presidente Michel Temer disse que “é triste” ver dezenas de parlamentares e oito ministros de seu governo acusados de corrupção, mas que isso não pode paralisar o país.
Em entrevista a um canal de TV espanhol, o “TVE”, o presidente afirmou que é preciso ter cautela e esperar que o Judiciário “condene ou absolva as pessoas”.
“Sim, me parece triste [que dezenas de parlamentares sejam acusados de corrupção], não posso dizer outra coisa. Mas é necessário esperar que o Poder Judiciário condene ou absolva as pessoas”, declarou Temer.
“O Brasil não para, portanto não serão os efeitos de atos de corrupção que poderão parar o país”, completou, estimulando o investimento de empresas estrangeiras, inclusive espanholas, no mercado brasileiro.
A entrevista deve ir ao ar na tarde deste sábado (22), às vésperas da visita do presidente da Espanha, Mariano Rajoy, ao Brasil, nesta segunda (24) e terça-feira (25).
Diante da divulgação do conteúdo das delações de 77 executivos da Odebrecht, que resultaram no pedido de investigação pelo STF (Supremo Tribunal Federal) de oito dos 28 ministros do governo, além de 24 senadores e 39 deputados, Temer disse que não poderia fazer qualquer comentário sobre as delações, para não passar a ideia de que quer “acabar com a Lava Jato”.
Questionado sobre o papel do juiz Sergio Moro, responsável pelas investigações na 13ª Vara Federal, em Curitiba, o presidente declarou que o magistrado “cumpre o seu papel”.
“Creio que ele [Moro] cumpre seu papel adequadamente, qualquer consideração negativa que eu faça sobre as delações será prejudicial porque pode passar a ideia de que se quer acabar com a Lava Jato”, declarou o peemedebista.
Temer e dois de seus principais ministros, Moreira Franco (Secretaria-Geral) e Eliseu Padilha (Casa Civil), foram citados por delatores da Odebrecht por terem recebido dinheiro de forma ilegal. Eles negam qualquer irregularidade.
Padilha e Moreira estão sendo investigados, Temer, por sua vez, tem imunidade provisória por ocupar o cargo de presidente da República e, portanto, não é alvo de nenhum inquérito. (Folhapress)
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