A Secretaria Estadual de Educação trabalha na elaboração de um plano que prevê o retorno das aulas presenciais na rede pública estadual a partir de agosto. O prazo depende de liberação do Comitê de Operações de Emergência (COE), do governo.
Segundo a secretária Fátima Gavioli, ressalta que qualquer retorno precisa ser acompanhado de nota técnica da autoridade sanitária. Atualmente, o parecer da Secretaria de Saúde proíbe as aulas presenciais em Goiás até o fim de julho. “A Secretaria (de Saúde) liberou? Disse que podemos iniciar, gradativamente, a partir de agosto? Se sim, então agora precisamos de um planejamento”, explicou.
De acordo com ela há um comitê de crise da Educação que avalia o melhor plano para um retorno seguro. “Vamos ter todas as garantias possíveis, através de um protocolo de biossegurança”, afirmou. Uma nova nota técnica da Saúde é esperada para o início de julho, permitindo ou vedando a volta das aulas em agosto. Em seguida, o Conselho Estadual de Educação também deve emitir parecer com recomendações para o retorno.
Limitação de capacidade
Uma coisa já está definida no protocolo da Educação. Quando as aulas presenciais retornaram, haverá um limite de capacidade nas escolas. “Vamos trazer de volta micro-turmas, que precisarão ser escalonadas”, diz. Gavioli pontua que a prioridade é para alunos que tiveram maior prejuízo com a adoção das atividades remotas. “A princípio, vai voltar primeiro quem não teve acesso a absolutamente nada durante a pandemia. Não teve acesso à internet, à apostila. Dentro do plano de retorno, ficaremos com eles de 4 de agosto a 21 de agosto. Vamos dar um reforço para esses alunos”, revelou.
Depois de atender estudantes mais afetados pela suspensão de aulas presenciais, a ideia é preparar as turmas para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “A partir do dia 24 (de agosto), nossa intenção é trazer o aluno da 3ª série do Ensino Médio, por conta do Enem. Depois, conforme a Secretária de Saúde for nos liberando, vamos ampliando esses números”, detalha a secretária.
No planejamento, a meta é nunca ultrapassar 30% da capacidade. Gavioli ressaltou que, mesmo se um número maior fosse liberado, o medo dos pais e os protocolos de biossegurança vedariam um total retorno à normalidade. “Temos alunos, professores e funcionários do grupo de risco. Não são todos os alunos que os pais vão querer que eles voltem. Alguns já me falaram que querem que o filho passe o ano com aulas remotas, pois estão com medo. A gente entende isso”, destaca.
Escalonamento
Segundo Gavioli, a limitação de capacidade não sobrecarregará os professores. Ela também explicou que haverá uma revezamento de aulas presenciais para os alunos, e o prazo dependerá da quantidade de estudantes matriculados na escola.
“Vamos imaginar que o aluno vai ter aula, na segunda-feira, de Matemática, Língua Portuguesa, Ciências e Geografia. Ele só vai voltar a ter aula novamente dentro de oito dias, se a escola tiver menos de 500 alunos. Mas se ela tiver mais de 500 alunos, ele só vai voltar para a escola novamente em 15 dias. Não teremos todos os alunos na escola. Teremos parte dos alunos na escola e parte em aulas remotas. Vamos continuar com portal e apostilas. Temos consciência que, este ano, a parte pedagógica vai precisar ser muito mais forte para suprir as aulas remotas”, afirmou.
Conforme a secretária de Educação, Goiás tem entre 8% e 9% dos alunos da rede estadual sem cumprir atividades remotas no período de suspensão de aulas. No país, segundo ela, a taxa é de 16%. “São alunos que, independente de aulas remotas ou presenciais, costumam ficar retidos um ano”, ponderou. Ela ainda elogiou a habilidade com a qual os professores goianos lideram com o momento inédito. “Fizeram bonito no pior momento da pandemia, quando tudo foi suspenso. Deram um show no resto do Brasil”, comemorou.
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