A indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos ganhou novos contornos nesta segunda-feira (12/08). O Ministério Público Federal (MPF) de Brasília entrou com uma ação civil pública na Justiça Federal, com um pedido de liminar – decisão provisória – para barrar a indicação do filho do presidente à função. Com informações da Folha de São Paulo.
A premissa da ação é que o governo brasileiro faça a escolha da indicação por meio de critérios para a escolha de embaixadores de fora da carreira diplomática. Ou seja: o próximo embaixador do Brasil nos Estados Unidos deverá ter reconhecido mérito em atividades diplomáticas, relevantes serviços diplomáticos prestados ao país e ao menos três anos de experiência diplomática.
O indicado que pleiteia a função que não cumprir com essas premissas, o MPF pedirá que a Justiça revogue qualquer tipo de nomeação nesse sentido.
A União terá de tomar uma decisão nesse sentido em até 10 dias.
A novela “Bolsonaro na embaixada norte-americana” já dura mais de um mês
A polêmica em torno do assunto começou no dia 11 de julho quando Jair Bolsonaro disse que estava pensando em indicar o filho, Eduardo Bolsonaro para o cargo de embaixador nos Estados Unidos. A fala aconteceu durante a cerimônia de posse do novo diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e se dependesse do presidente, estaria apenas nas mãos do filho o aceite. O assunto não demorou para reverberar nas redes sociais. Alguns chegaram a levantar possibilidade de “fakenews” mas o próprio Bolsonaro, por meio das tradicionais lives de quinta-feira, confirmou o convite. “Meu filho fala bem o espanhol e inglês. Anda o mundo todo e é amigo dos filhos do presidente Donald Trump, o qual eu torço para a reeleição agora em 2020”, disse.
Leia mais: Eduardo Bolsonaro: deputado ou embaixador?
Aparentemente, até Eduardo foi pego de surpresa com a declaração. A princípio titubeou em se manifestar sobre o assunto mas não demorou muito em sinalizar positivamente o que chamou de “missão” que foi-lhe dada por seu pai. Sua missão seria de “estreitar as relações, resgatar a credibilidade brasileira no exterior e atrair investimentos”. Também disse que “por ser filho de bolsonaro”, as relações com o governo norte-americano seriam estreitadas.
Eduardo Bolsonaro também endossou suas características para assumir a Embaixada. Além de já ter feito intercâmbio nos Estados Unidos, “já fritou hambúrguer” por lá. Também está acostumado com o frio que faz na divisa com o Canadá. “Existe um trabalho a ser feito, sou presidente da Comissão de Relações Exteriores, tenho vivência pelo mundo”.
Leia mais sobre: Brasil