28 de agosto de 2024
Brasil

É primordial que próximo governo desconstrua monopólios, diz presidente do Santander Brasil

A desconstrução de monopólios no sistema financeiro, que atrelam folhas de pagamento do governo federal a bancos públicos, por exemplo, é uma das questões primordiais a serem enfrentadas pelo próximo governo, avaliou o presidente do Santander Brasil, Sergio Rial.

“Muitos desses monopólios são atrelados ao setor público. Mas o sistema brasileiro é maduro o suficiente para haver competição. Por que não usar o estado para promover isso?”, disse o executivo.

Além das folhas de pagamento, Rial citou, por exemplo, a gestão do FGTS e depósitos judiciais. 

“É uma agenda mais concreta de maior competitividade pelos produtos e necessidades do setor público, abrindo mais para todos os bancos. Sem criar rupturas que prejudiquem ninguém, mas num processo de transição”, afirmou.

Sobre o resultado da eleição presidencial, Rial disse que o Brasil demonstrou um processo democrático fabuloso, “não necessariamente fácil de entender, mas que se provou resiliente e hoje temos um presidente democraticamente eleito”, completou.

O executivo afirmou ainda que, assim como em qualquer empresa, a alternância de poder é importante também na gestão pública de tempos em tempos. “Sem isso, não se permite desafiar o status quo”, disse.

Ele elogiou propostas defendidas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) durante sua campanha, como a independência do Banco Central e o redimensionamento do Estado, com a redução no número de ministérios, por exemplo.

“Ainda são declarações esporádicas, vamos ter uma melhor visão quanto todas as peças estiverem acertadas. É importante ver como essas coisas vão conversar em um plano de governo mais claro”, afirmou.

Questionado sobre ataques recentes de Bolsonaro a veículos de comunicação, Rial disse de forma genérica que qualquer empresa e país democrático vê o mérito de uma imprensa livre. “Isso não tira o mérito de cada um ter uma visão diferente, não podemos ter o coletivo se sobrepondo ao direito inalienável de cada um pensar da forma que quiser”, completou.

Durante entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, na segunda-feira (29), Bolsonaro voltou a atacar a Folha de S.Paulo e afirmou que “por si só, esse jornal se acabou”. Anteriormente, já havia dito que a Folha de S.Paulo é a maior fake news do Brasil.

Rial comentou que o presidente eleito afirmou acreditar no princípio de uma imprensa livre, “o que não lhe tira o direito de ter opinião pessoal sobre o veículo A ou B, como nós temos nossas preferências”, acrescentou.


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