O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta quinta-feira (6), em Buenos Aires, que considera necessário “votar rapidamente a denúncia contra o presidente Michel Temer, assim que ela sair da Comissão de Justiça”.
E acrescentou: “O momento do Brasil é muito difícil, cabe ter paciência para que se saia dessa situação o mais rápido possível”.
Maia chamou a atenção para a urgência em aprovar as reformas da previdência e trabalhista antes do recesso parlamentar.
O presidente da Câmara veio à capital argentina para participar de um encontro de parlamentares do Mercosul, organizado pelo Congresso argentino.
Durante o dia, chegou-se a especular que sua vinda seria uma manobra para que ele não tivesse de assumir de forma temporária o posto de presidente da República interinamente, uma vez que Michel Temer, mudando seu plano inicial, decidiu viajar para a cúpula do G20, em Hamburgo.
“Isso não tem nada a ver. Eu não teria problemas de assumir a presidência interinamente se fosse necessário. O caso é que há mais de uma semana eu havia comentado com o presidente sobre esse compromisso na Argentina e ele me disse que viesse, pois ele não deveria ir à Alemanha. Houve uma mudança de planos, mas não consideramos que era o caso de eu deixar de vir para esse compromisso.”
VENEZUELA
Maia diz que uma das principais prioridades da reunião desta sexta-feira (7) no Congresso argentino será discutir a situação da Venezuela, que vem se agravando nas últimas semanas.
“Foram muito graves os episódios dos ataques à Assembleia, e temos que cumprir nosso papel de debater o assunto e oferecer solidariedade e buscar soluções”, explicou.
Acrescentou que, por experiência própria, crê que é necessário encontrar uma situação para o país-vizinho. “Eu nasci no Chile porque havia uma ditadura no Brasil, não podemos querer que uma situação assim volte a ocorrer na América Latina.”
Perguntado sobre a declaração de Tasso Jereissati, presidente interino do PSDB, que afirmou que uma possível presidência de Rodrigo Maia, caso Temer seja afastado do cargo, poderia dar estabilidade ao governo, o líder da Câmara respondeu: “O senador Tasso é um homem com muita experiência e tem condição de avaliar o que é bom para o Brasil, mas eu acho que eu já estou ajudando o Brasil desde o meu papel na Câmara dos Deputados, onde pretendo ficar até o final de 2018”.
Maia se negou a comentar uma possível substituição do presidente por ele, caso a denúncia avance e Temer não tenha os votos no parlamento para mantê-lo no cargo.
“Uma análise minha sobre essa situação agora não seria prudente, eu estou aqui para colaborar com a democracia e creio que venho fazendo isso.”
Sobre como seria a votação no parlamento, Maia também considerou difícil fazer previsões sobre quantos votos seriam a favor do atual presidente. “Tenho visto que a maioria dos deputados não tem se posicionado, portanto os próximos dias vão ser decisivos.”
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