É preciso levar a internet para quem não tem acesso e estimular o uso daquela pessoa que já tem como se conectar porém não vê importância na utilização da tecnologia.
Essa foi a principal conclusão entre os participantes da primeira mesa de debates do seminário o Futuro do Nordeste, realizado pela Folha de S.Paulo, com patrocínio do Banco do Nordeste, do Governo do Ceará e da Prefeitura de Fortaleza, e com apoio da Embratur, do Ministério do Turismo e da CVC, nesta quinta-feira (22), em Fortaleza.
A conexão do Nordeste à internet passa pela integração entre empresas regionais, que dão suporte a pequenas comunidades no interior, e projetos em parceria com companhias estrangeiras que pretendem usar a região como base estratégica para a distribuição de dados entre vários continentes.
Segundo Marcelo Romão, coordenador de programas de infraestrutura de banda larga do Ministério da Ciência e Tecnologia, houve aumento no uso da internet pelos brasileiros, de 57,5%, em 2015, para 64,7% em 2016, de acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). Entretanto, segundo ele, 32% das pessoas que não utilizam informaram não ter interesse na internet.
“É importante mostrar a essas pessoas a oportunidade que se perde, seja para aprender um idioma, para pedir um carro por meio de aplicativo, olhar o extrato do FGTS. É preciso que se estimule a população pelo desejo de ter esse conhecimento”, disse Romão.
Em cinco anos, toda cidade da região terá acesso a um cabo de fibra ótica, segundo José Roberto Nogueira, fundador da Brisanet, empresa de provedor de internet a regiões menos populosas do Nordeste.
Inicialmente a companhia operava por rádio, mas agora já utiliza fibras óticas. Isso vai favorecer, segundo Nogueira, o compartilhamento de internet entre as pessoas dessas comunidades.
“Tem municípios com 30 mil pessoas, com 10 mil casas, em que 7 mil casas são meus clientes. Entretanto, pessoas com renda de R$ 600 não conseguem ter uma assinatura, mas, duas com R$ 600, sim.”
De acordo com Nogueira, o compartilhamento da senha permite a divisão do pagamento da mensalidade. “Não bloqueamos isso. Muitas vezes nos ligam pessoas sem cadastro pedindo assistência técnica. O cadastro é do vizinho, com quem compartilha.”
Parcerias estrangeiras
António Nunes, CEO da Angola Cables, anunciou que terá Fortaleza como base para seu data center no Brasil. “Fortaleza tem distâncias semelhantes a locais estratégicas como São Paulo, Miami e Angola. É o ponto ideal para a agregação de todo esse tráfego de informação.”
Na Praia do Futuro, uma das mais movimentadas da cidade, um cabo de fibra ótica submarino ligará Fortaleza a Luanda, capital da Angola. Um outro cabo, já em funcionamento, liga Miami, nos EUA, a Santos (SP), passando por Fortaleza. (Folhapress)
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