Iris Rezende Machado afirmou que a decisão dele de não ser candidato a prefeito de Goiânia é “irreversível”. O peemedebista destacou que desde quando as primeiras pesquisas eleitorais foram divulgadas, ele refletiu sobre o assunto, mas entendeu não mais participar de uma disputa.
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O ex-prefeito da capital destacou que assim que os primeiros levantamentos sobre a corrida eleitoral foram divulgados ouviu vários pedidos de lideranças partidárias e de vários amigos. Ele ressaltou que desde o resultado das eleições de 2014 ele já não tinha mais pretensão de participar de eleições.
“Desde que saiu a primeira pesquisa não sei se há quatro ou cinco meses em que meu nome saiu em primeiro lugar que começou a onda. O Iris será prefeito de novo e os amigos solicitando. Desde aquele momento que começaram as cogitações a respeito de uma possível candidatura minha a prefeito, eu comecei a meditar. Meditar com profundidade de forma que esta atitude não foi tomada nem ontem, nem anteontem não. Tem muito tempo. Eu disse que desde as eleições de 2014 quando conheci seu resultado, tomei a atitude de não se candidatar mais, eu nunca falaria nisso, nem formalizaria qualquer nota se o meu nome não surgisse na pesquisa. Mas resumindo, é irreversível”, explicou.
Nova geração
Iris Rezende chamou a responsabilidade para a nova geração. Ele destacou que é preciso que as lideranças jovens do PMDB tenham entusiasmo para administrar o partido. Iris disse que ao encerrar a vida política dele, não pretende dar ordens ou dar direções relativas ao PMDB.
“Não tenho direito. Se declaro publicamente que aqui encerro a minha jornada, eu não posso ter a petulância de ficar querendo dar ordens ou direcionar, ou administrar a política do meu partido. Se eu tomei esta atitude entendendo que tem que se abrir espaço para as novas gerações, que a nova geração tenha competência, espírito público, mesmo entusiasmo de quando eu tinha 24 anos quando fui eleito vereador”, argumentou.
Nos bastidores, várias lideranças do PMDB e até mesmo de outros partidos que compareçam nesta quarta (6), ao escritório de Iris Rezende, afirmaram que o ex-prefeito está chateado com a direção estadual da legenda, comandada pelo deputado estadual, Daniel Vilela, que teria afastado líderes históricos do PMDB de diferentes diretórios municipais.
“Goiânia vai entender”
Iris Rezende lembrou parte da trajetória política dele, desde quando disputou a primeira eleição em 1958. Ele ressaltou que cumpriu a missão dele enquanto homem público e que a população de Goiânia vai entender a posição dele.
“Cumpri a minha tarefa. Eu acho que pouca gente neste estado militou tanto tempo, comecei em 1958 e disputei eleição até em 2014. Saio com a consciência tranquila. Uma indagação está sendo feita é que a cidade de Goiânia está na expectativa de uma eleição. Goiânia vai entender, mesmo sendo eu o político que mais deve a Goiânia”, argumentou.
O político afirmou que nunca descuidou de Goiânia. Iris lembrou que uma das principais bandeiras dele foi na área da habitação. Ele argumentou que se a capital hoje praticamente não tem favelas, muito se deve a política para construção de casas em diferentes regiões da cidade.
Vida pessoal
Com o fim da carreira política, Iris Rezende afirmou que pretende manter o escritório político dele, mas para receber os amigos para uma boa conversa, tomar café e comer pão de queijo. Iris argumentou que com 82 anos pretende curtir mais a família e os amigos.
“Eu agora tenho o direito com 82 anos de curtir mais minha família, meus amigos. Ninguém tem tanto amigo em Goiás. Deixo a humildade de lado. Ninguém tem mais amigo neste estado como eu tenho. Porque através da política durante tanto tempo eu fui fazendo amizade em cada cidade, em cada povoado, têm pessoas que me querem bem. Aqui vai continuar sendo o ponto de encontro dos amigos, do pão de queijo, do bate papo. Me acho no direito de nesta fase da vida de aproveitar mais a vida, convivendo e usufruindo mais dos amigos e do povo em modo geral.”, destacou.
Eleições
Questionado sobre o processo eleitoral, Iris Rezende afirmou que as eleições serão bastante diferentes das que já foram realizadas, tudo por conta das diversas denúncias de corrupção espalhadas pelo país. Ele acredita que a população irá ter uma postura diferente.
“Tudo depende das lideranças e da própria população. Acho que a cidade de Goiânia, o Brasil inteiro será outro nestas eleições, tudo por conta deste mar de lama que nós estamos a viver em todas as áreas da administrações políticas do país, eu estou consciente que o povo brasileiro levou a maior lição da sua vida”, ressaltou.
Friboi
Iris foi questionado se ele não poderia repetir o mesmo posicionamento de 2014. Na ocasião, o empresário Júnior do Friboi era pré-candidato pelo PMDB ao governo do estado. Ele acabou desistindo do processo. Iris foi o nome do partido na disputa daquele ano e novamente foi derrotado por Marconi Perillo (PSDB).
O peemedebista destacou que a situação daquela época era diferente e por isto teve de tomar uma postura. “Não. É bem diferente. Hoje não é como o acontecimento de 2014. Nós tínhamos um pré-candidato. Aquele que estava entusiasmando o partido de repente larga. Faltando quatro meses das eleições decidi ser candidato porque o candidato apoiado pelo partido desistiu”, afirmou.
Iris declarou que a posição do empresário de desistir ficou clara quando o grupo JBS foi contemplado por benefício fiscal do governo estadual, relativo as dívidas da empresa com o Fisco.
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