O deputado federal Ronaldo Caiado (DEM), ao ser eleito o político goiano mais influente na Câmara Federal, fala em “voos mais altos em direção ao Executivo do Estado”. O democrata garante que o partido está trabalhando para ganhar musculatura e viabilizar um projeto competitivo com chances reais de vitória em 2014.
Caiado diz que o assunto José Éliton fora do partido é “matéria vencida”, e não tem novidades a respeito.
Sobre o projeto do Governo Federal de igualar os ICMSs dos estados e acabar com os incentivos fiscais, o deputado critica duramente.
Confira na entrevista a seguir:
Deputado, o senhor recebeu mais um prêmio por sua influência na política goiana. Isso vai repercutir em seus planos para as próximas eleições?
RONALDO CAIADO – Isso atesta, junto aos meus eleitores, que tenho cumprido com minhas responsabilidades exercendo bem a função de deputado federal. O colegiado que me escolheu como o deputado mais influente é isento e apresentou uma postura supra partidária, o que também me credencia para alçar voos maiores, como o que sempre foi um grande desejo que é disputar o governo do Estado mais uma vez.
O senhor anunciou a caravana dos Democratas, agora tem uma caravana das oposições. Não está havendo uma mistura nessas iniciativas?
CAIADO- São coisas distintas. Cada um tem o seu estilo. O DEM já iniciou. Fomos à Trindade, vamos para Paraúna e assim sucessivamente. Realizamos um longo debate e nossa estratégia é durante todo um dia discutir com os membros do partido e depois levamos o debate às rádios, aos jornalistas, à população. Queremos ouvir segmentos da sociedade, universitários, ruralistas…Em relação a outra caravana é uma iniciativa do PMDB e parte do PT com objetivos distintos.
Diante da possibilidade de o vice governador, José Éliton, deixar o Democratas e ir para o PP, qual o posicionamento do partido?
CAIADO – É uma assunto discutido e apresentado pela mídia diversas vezes, mas que em minhas conversas com ele nada disso ficou claro. Acho que já uma matéria vencida.
O DEM está conseguindo angariar quais partidos em sua movimentação pelo interior?
CAIADO – Isso é um processo gradual. É como pavimentar uma rodovia. Nada será resolvido agora. Todos sabem que isso só vai se concretizar em junho de 2014, no limite final para que possamos entregar as nossas atas ao TRE. Antes disso muito vai acontecer, mudar… A escolha do candidato vai interferir muito e precisamos ter ciência disso. Não basta achar que a cúpula vai decidir sozinha. O que precisamos focar é no momento e no que está sendo construído agora. Estamos em um momento especial e não adianta comparar 2014 com outras eleições. É um novo cenário. A sociedade quer algo novo também. A alternativa que conseguir comunicar com a população terá chances reais e transformará o pleito em um pleito competitivo. Não podemos engolir etapas. Não podemos suprimir as possibilidades, como a presidente Dilma tem feito. Estamos no caminho certo, com musculatura política, diálogo com a população e com os partidos.
Qual sua opinião sobre a unificação do ICMS e o fim dos incentivos fiscais?
CAIADO – Sou absolutamente contra. O que estão fazendo com Goiás é uma penalização enorme. Essa tese de que existe uma guerra fiscal, satanizando o fato de termos um ICMS diferenciado, o que poderíamos utilizar para implantar indústrias no Estado, com argumentos de que já existe uma decisão contrária na Justiça dando a inconstitucionalidade dos benefícios que são dados, é lamentável. Restou ao Senado igualar o ICMS tirando toda competitividade existente. Eu tenho frequentado esse debate mostrando meu ponto de vista. Primeiro devo reconhecer que o secretário da Fazenda foi um dos melhores expositores de todos os que tentaram explicar a medida. O problema é que estão tentando criar um Fundo de Compensação e um Fundo de Desenvolvimento, mas não acreditamos mais nisso. Nunca funcionou. Goiás será mais uma vez penalizado. Eu entrei com várias emendas, já manifestei minha opinião contrária. Temos que repensar este processo ou a presidente vai acabar fazendo uma reforma política com medida provisória. Nós perderemos muito.
O governador Marconi Perillo falou sobre a padronização do ICMS como o pior momento que poderíamos passar. Falou na possibilidade de saída em massa de indústrias e desemprego. O cenário é alarmante a este ponto?
CAIADO – É muito preocupante. Tanto que estamos exigindo que se querem criar esses Fundos, que sejam com emendas a Constituição brasileira. Do contrário, seríamos duramente penalizados. Todos os partidos deviam defender esse ponto de vista, em prol dos estados.
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