Por Ricardo Magatti
O Palmeiras disputará mais uma final de Libertadores. O time alviverde garantiu seu lugar na decisão em Montevidéu, no Uruguai, onde irá tentar seu terceiro título, ao empatar por 1 a 1 com o Atlético-MG na noite desta terça-feira, no Mineirão. Vargas abriu o placar para os mineiros no início do segundo tempo, mas o atual campeão continental, que tem mostrado nos últimos anos saber como poucos como se joga a competição, empatou com Dudu pouco tempo depois. No fim, anulou as principais armas do rival ao se defender bem a partir da estratégia montada pelo técnico Abel Ferreira, que respondeu aos críticos com a vaga na final e derrubou o favoritismo dos mineiros.
A torcida atleticana, que ocupou 30% da capacidade do estádio, fez barulho, mas não foi suficiente para colocar o Atlético na decisão depois de oito anos. Cuca amargou mais um revés para o Palmeiras. O treinador foi derrotado com o Santos na final da última Libertadores. Ele buscava alcançar a sua terceira decisão O outro finalista sairá do confronto entre Flamengo e Barcelona de Guayaquil, nesta quarta-feira. O time brasileiro venceu o duelo de ida por 2 a 0 e jogará no Equador em vantagem.
Atual campeão, o Palmeiras chegou à sua sexta final de Libertadores. As outras foram em 1961, 1968, 1999, 2000 e 2020. De quebra, ampliou a série invicta atuando como visitante no torneio continental para 15 partidas. É a maior invencibilidade da história da competição. São dez vitórias e cinco empates desde 2019.
Os primeiros 45 minutos jogados no Mineirão foram melhores do que os do Allianz Parque há uma semana. Abel Ferreira escalou o Palmeiras com três zagueiros, com Renan no lugar do centroavante Luiz Adriano. No meio, o jovem Danilo ganhou a vaga de Zé Rafael Com o trio defensivo e linha de cinco sem a bola, o time alviverde anulou as principais armas do Atlético e, a despeito da escalação defensiva, não teve uma postura tão cautelosa quanto a que apresentou no jogo de ida.
Com Dudu e Rony no ataque, mais Danilo e Raphael Veiga se aproximando, a equipe paulista conseguiu fazer algumas triangulações, mas chegou pouco à frente. A melhor chance foi um chute de Piquerez que assustou Everson. O uruguaio recebeu lançamento de Weverton, invadiu a área e concluiu com o pé direito rente à trave esquerda.
Escalado com Vargas na vaga do lesionado Diego Costa, o Atlético jogou nos erros do rival e esteve atento às roubadas de bola. Foi assim que o time mineiro, apoiado por quase 20 mil torcedores no Mineirão, criou suas duas oportunidades de gol, com Vargas e Nacho Fernández. O atacante parou em Weverton após vacilo de Luan no início da partida e o meia argentino fez nos acréscimos o goleiro palmeirense trabalhar em arremate da esquerda da área.
À beira do gramado, Cuca aparentou estar calmo. Já Abel Ferreira reclamou muito do excesso de faltas dos mandantes. Foram 11, contra apenas uma dos visitantes. E uma delas rendeu amarelo ao zagueiro Nathan Silva.
A etapa final começou acelerada. Os goleiros foram testados duas vezes nos três primeiros minutos. Hulk arriscou uma bomba de fora da área que Weverton espalmou para escanteio, mostrando a segurança que lhe é peculiar. O Palmeiras respondeu com Rony. Lançado na direita do ataque, o atacante invadiu a área e bateu rasteiro. Everson caiu e defendeu com segurança.
Mais atento, o Atlético chegou ao seu gol aos sete minutos com Vargas. Jair recebeu livre na ponta direita e cruzou na cabeça do chileno, que chegou antes de Marcos Rocha e completou para as redes. Animado, Vargas quase marcou o segundo três minutos depois. O atacante recebeu lindo passe de Nacho, mas bateu para fora, à direita do gol.
Normalmente agitado, Abel Ferreira pediu calma aos jogadores depois do gol sofrido. Parecia que o português saberia o que aconteceria. Uma escolha do treinador foi decisiva para o empate Ele lançou mão de Gabriel Veron no lugar de Rony aos 21 minutos Aos 22, em sua primeira participação, o jovem atacante foi lançado na esquerda, deixou Nathan Silva para trás, invadiu a área e rolou para Dudu completar de carrinho para o gol.
Depois de empatar, o Palmeiras se fechou com inteligência e disciplina tática, sendo capaz de anular as principais jogadas do forte time atleticano. Além disso, conseguiu encaixar alguns contra-ataques, mas não aproveitou nenhum deles. Na melhor oportunidade, Wesley exibiu boa defesa de Everton.
Os cerca de 18 mil atleticanos gritaram “eu acredito” das arquibancadas, mas se silenciaram depois que viram que a equipe não conseguiu vencer o bloqueio defensivo palmeirense. Cuca tentou de tudo, mudou a equipe e colocou até mesmo o zagueiro Rever para brigar pelo alto. Foram incontáveis cruzamentos para a área. Sem sucesso. O Palmeiras é o primeiro finalista da Libertadores 2021.
ATLÉTICO-MG 1 X 1 PALMEIRAS
ATLÉTICO-MG – Everson; Mariano, Nathan Silva, Junior Alonso e Guilherme Arana; Jair (Savarino), Allan (Tchê Tchê), Nacho Fernández (Réver) e Zaracho (Eduardo Sasha); Hulk e Vargas. Técnico: Cuca.
PALMEIRAS – Weverton; Gómez, Luan e Renan; Marcos Rocha (Gabriel Menino), Felipe Melo, Danilo, Raphael Veiga (Wesley) e Piquerez; Rony (Gabriel Veron) e Dudu (Zé Rafael). Técnico: Abel Ferreira
GOLS – Vargas, aos 7, Dudu, aos 22 minutos do primeiro tempo.
ÁRBITRO – Wilmar Roldan (Colômbia)
CARTÕES AMARELOS – Nathan Silva, Marcos Rocha, Deyverson, Luan, Abel Ferreira
PUBLICO e RENDA – Não divulgados.
LOCAL – Mineirão, em Belo Horizonte.
(Conteúdo Estadão)
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