Duas pessoas foram presas em uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Goiás (MP), que investiga uma suposta associação criminosa que que atuaria com a venda de remédios abortivos pela internet.
Os mandados de prisão são temporários e foram cumpridos em Goiânia. O Gaeco também cumpriu um mandado de busca e apreensão em Caldas Novas. Segundo o MP, se investiga os crimes de venda de medicamentos sem licença da Anvisa, classificado como hediondo, além de associação criminosa e apologia ao crime.
De acordo com o MP, a investigação nasceu de uma denúncia, que chegou primeiro ao Ministério Público de São Paulo, de que remédios abortivos eram vendidos de forma clandestina em um site, que foi alvo de um pedido de retirada do ar.
Entre os medicamentos que estariam disponíveis no site havia substâncias de venda e uso restrito a hospitais previamente cadastrados na autoridade sanitária. Portanto, os fármacos não poderiam ser comercializados nem mesmo em farmácias.
Nesse site, constavam ainda textos de incentivo, instrução e promoção da atividade abortiva fora das hipóteses legalmente admitidas pela legislação.
Durante a investigação, o MP descobriu que os responsáveis pelo site e beneficiários do suposto esquema residiam em Goiânia e Caldas Novas.
Conforme o promotor de Justiça, Marcelo Crepaldi, a organização tinha tarefas bem delimitadas. “Havia responsáveis pelo domínio do site, outro pela operação, as pessoas que emprestavam as contas para receber pagamentos. Todas estavam cientes do esquema”, afirmou.
Crepaldi explicou que o site expunha os remédios para interessados, que contatavam os vendedores. “As pessoas procuravam o vendedor, que fazia o intermédio. Os interessados informavam em qual semana de gravidez, então o responsável pelo site dava a dose do medicamento e o valor. O vendedor então indicava uma conta de uma terceira pessoa para que fossem depositados os valores, que eram então distribuídos”, frisou.
O MP-GO informou que a média de custo dos medicamentos abortivos era de cerca de R$ 600, a depender da dose. Um dos envolvidos tinha lucro semanal de R$ 2 mil.