18 de novembro de 2024
Josiane Coutinho

Dragões, tucanos e redes sociais

2012 não foi o ano do Dragão, como o calendário chinês afirmou, e, como boa atleticana, tenho que assumir que realmente não foi bom mesmo. Por outro lado, se os chineses afirmassem que era o ano do tucano, como observadora da esfera política goiana eu também diria que o ano não estava para o Dragão e muito menos para o tucano.

Na verdade, eu nem sei se existe o tucano no calendário chinês, usei o Dragão pra puxar o assunto, e, claro, não perder a boa oportunidade de falar do meu querido “Dragão Campineiro” (Que 2013 seja melhor!).
Voltando ao ano de 2102.

Se não esteve bom para nós, atleticanos, esteve pior ainda para Marconi Perillo e seu governo. Que ano…que fase passou o governador. Interessante a definição dele: “um ano atípico”. Será?

Sempre defendí que, após assumir o governo em janeiro de 2011, Marconi se deparou com algo que em seus governos anteriores não havia: as Redes Sociais.

O Twitter tornou-se o lugar de descontentes, de reclamações, da oposição, dos neutros, e, claro, dos defensores marconistas também. Estes, em sua maioria, filiados e comissionados do governo estadual, pelo menos os que se dirigem ou se dirigiam à mim no microblog.

Penso que a equipe governamental nunca teve tanto trabalho para contornar crises, principalmente a que veio com a Operação Monte Carlo da Polícia Federal.

No Twitter, Marconi foi parar em primeiro lugar nos “Trends Tópics”. Sim, o governador de Goiás conseguiu o topo. Mas como? Quem não conhece o caso deve imaginar que a equipe palaciana trabalhou bastante, não é? Não, mesmo. Se os assessores tivessem feito o dever de casa, Perillo não seria conquistado o primeiro lugar com as “hastags” #ForaMarconi e #PerilloAbraOSigilo.

Aliás, o Movimento #ForaMarconi foi organizado em outra Rede Social, o Facebook, onde os jovens conseguiram dar visibilidade nacional aos protestos contra a corrupção.

Do outro lado, no desespero, assessores foram para as redes partidarizar o movimento, e claro, pelo sucesso dele, mais uma vez a equipe Marconista não conseguiu o objetivo que era abafar o #ForaMarconi.

A segunda aparição pedia para Marconi abrir os sigilos para a CPMI Cachoeira. No início, o governador de Goiás se recusou, mas após o petista Agnelo Queiroz se colocar à disposição da CPI Cachoeira e a pressão das redes chegarem até Goiás, Marconi não tinha como fugir. Perillo teve que abrir mão dos sigilos. Outra vitória das redes, sim, claro, da participação.

Em seu terceiro governo, o tucano se deparou com algo que não pode ser calado. As Redes Sociais mostraram que o governador não é unanimidade. Nunca foi, como gostam de pregar por aí. Temos um espaço de pluralidade de ideias.
Isso sim tem sido um problemão para assessores, secretários e “aduladores”.

A ferramenta tem incomodado tanto que até processo contra twiteiros tivemos em 2012. O que é escrito é visto. Agora, cidadãos comuns são ouvidos, lidos e têm incomodado muito este governo.

Se para eles é ruim, para os goianos tornou-se uma saída. 2012 não foi o ano do tucano, foi mais um ano das redes sociais e da desconstrução do discurso político-publicitário. 2013 começou, e, pelo que parece, mais um ano de twiteiros, facebooqueiros e muito debate que incomoda “Palácios”.

A voz rouca das ruas tem, agora, a “voz rouca e ruidosa das redes sociais”.


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