O presidente Jair Bolsonaro desferiu diversos ataques na sua última live de quinta-feira (29/08). Insinuou oportunismo no governador paulista, João Doria (PSDB) e falou que ele “mamou na teta” do PT enquanto pôde. Em visita a Alemanha, Doria respondeu às críticas: “Nunca precisei mamar em teta nenhuma”, afirmou ao Estadão.
Bolsonaro fazia referência à compra de uma aeronave da Embraer com empréstimo por meio do BNDES concedendo a taxa básica de juros mais baixa que o praticado no mercado. Ao citar Doria, Bolsonaro também mencionou Luciano Hulk. “Aquela galerinha da compra de aviões com 3.5% ao ano? Que teta hein. Que teta hein?”. Bolsonaro reconheceu que não era errado, mas insinuou que só tinham tido acesso apenas porque eram amigos de Lula e Dilma. “Só peixe. Amigão do Lula, da Dilma. Eu vejo o Doria falando né, de vez em quando, ‘minha bandeira jamais será vermelha’, é brincadeira, né! Quando ele tava mamando lá a bandeira era vermelha com ‘foissaço’ e o martelo ali, não tinha problema nenhum, né. Irrull!”, relinchou Bolsonaro.
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Questionado pelo Estadão se tinha relacionamento com algum dos ex-presidentes eleitos pelo PT, Doria disse que não. “Ao contrário. Quero Lula e Dilma distantes. Se possível, do Brasil até. Que fiquem, se possível, onde estão: Lula na prisão e Dilma no ostracismo”, se defendeu.
Tirando isso, Doria preferiu não polemizar. Disse que o empréstimo não era ilegal, tampouco imoral. Que o modelo de negociação realizada é adotada no mundo inteiro. “O financiamento do avião que compramos, um Legacy 650, foi feito juntamente com outros 135 financiamentos de aviões executivos para empresas brasileiras e internacionais. É assim no mundo: os competidores da Embraer também financiam os aviões executivos e com isso gerou empregos, impostos e oportunidades para brasileiros aqui por meio da Embraer, que disputa o mercado mundial com outros três competidores”, explicou.
Para o governador paulista, não há “nenhuma Caixa Preta” até porque os dados revelados estão dentro de suas normalidades. “Faz parte de uma competição internacional e a Embraer deve ter financiamento feito pelo BNDES; não há irregularidade nisso”. Cobrou no entanto, uma postura mais efetiva de Bolsonaro com relação a publicação dos dados de investimentos feitos pelo Brasil em países como Cuba, Venezuela e Bolívia. “Como cidadão brasileiro, quero conhecer mais”, afirmou.
Ao dizer que não vai entrar na polêmica, Doria indiretamente alfinetou: disse que é hora de trabalhar e não criar embates. “É hora de fazer administração, gestão, por isso não entro nessa polêmica com o presidente Bolsonaro: estou focado na gestão do Estado de São Paulo e não devolvo a ofensa e nem vou entrar na linha de confronto”, concluiu.
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